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sábado, 25 de janeiro de 2014

Uma gaja não pode escrever o que quer aos alunos por isso fá-lo no blog e noutra língua

Querida aluna que acabaste de me enviar um email fodido porque me escreveste há uma hora a pedir para que te deixasse fazer o quiz cujo prazo terminou ontem à meia noite e a quem eu educadamente respondi lamentar os teus problemas mas devias ter-me escrito antes da data limite como aliás consta do Programa da disciplina,

Eu sei que estás fodida mas acabo de te dar três lições importantes:

Primeiro, respondi-te educadamente da primeira vez e agora vou ignorar a tua mensagem e não lhe responder porque, justamente, tu estás fodida e podias responder-me mal e porque também eu estou fodida e apetece-me mesmo mesmo mandar-te à merda.

Segundo, da próxima vez que estiveres com um problema e houver um trabalho, contacta o professor antes da data limite. Dificilmente o professor mudará de abordagem depois do facto para não ser injusto para com os outros alunos. Como aliás já o disse aos cinco pupilos que lho pediram ainda esta manhã.

Terceiro, se estás fodida, não escrevas a um professor. Porque é feio e, se tiveres dois dedos de testa, vais arrepender-te. Se fores educada ainda pedes desculpa. Se não fores, olha, filha, fode-te.

Atentamente,

A tua professora

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Uma gaja tá fora um ano e depois é isto

Hoje fui vigiar um exame. Os alunos, entre folhas de teste adicionais, levantavam a mão para pedir lenços de papel. Por acaso hoje esteve um calor infernal e não havia ninguém de mangas compridas. Se as houvesse, temo que os "não tenho" resmungados entre dentes seriam bastante mais gráficos.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

[Em repouso*] Queridos vizinhos...

Queridos vizinhos,
-- começo tentativamente empático --
Começo esta minha missiva com um conjunto de realidades que são inegáveis. É uma perfeita chatice vivermos todos encavalitados tipo formigas, térmitas, ou abelhas. Antes fôssemos todos ricos e pudéssemos comprar maisons afastadas uns dos outros (e de estradas barulhentas, comboios, ou demais meios de transporte, gentes com cães que latem ininterruptamente e, já agora, galinhas, galos cantantes, ou rolinhas, malta adepta da jardinagem que teima em cortar relva pela fresca, vizinhas que se interpelam sonoramente a distâncias impensavelmente propícias ao tête-à-tête...) mas hélas, somos todos uns tesos e por enquanto há que aceitá-lo (sem contudo esmorecer no esforço de conseguir um futuro melhor -- e de preferência bem longe de mim).
Infelizmente também é um facto que, apesar das promessas do nosso construtor, que tantas vezes jurou que este prédio tem acabamentos de luxo, placas blá blá blá, isolamento acústico, espuma blá blá blá entre os andares, zzzzzz zzzzzzzzzzzz, todos temos pavimento flutuante que é uma treta e portanto o som propaga-se, viaja, circula, para baixo e/ou para cima, e vem fornicar os meus ouvidos de sensibilidade quase maníaca ao barulho.
Pois é, talvez a culpa não seja dos meus pobres ouvidos, seja minha mesmo, gaja pouco tolerante a tudo quanto são invasões do meu espaço, que é, segunda minha visão/ideal, entre tantas outras coisas, silencioso. Mais vos digo que estar trancafiada em casa há três semanas só tendo saído três vezes, duas para ir à obstetra e uma para ir ao dentista, não é fácil e uma gaja começa a ficar (mais) intolerante.
-- o ataque subtil --
Mas também é um facto que vocês abraçaram esta inevitabilidade da convivência forçada com uma desnecessária displicência, tomando como fait accompli o incómodo que causamos uns aos outros.
Vede, não havia necessidade de agredirdes o chão com vossos calcanhares como se ele vos tivesse esbofeteado e fosse com desmedida sede de vingança que vossos delicados pézinhos pousam sobre ele enquanto vos deslocais. Também não havia necessidade de brincardes com bolas, que driblam pelo chão num pum pum pum, pum-pum-pum ritmicamente irritante. E nem as cadeiras que teimosamente arrastais necessitam gritar tanto, podíeis sufocá-las um pouco com aquelas pantufinhas que o supermercado vende e que até protegem o chão de riscos. As máquinas a funcionarem entre a meia noite e a uma da manhã, hora mais económica para quem tem tarifa discriminatória, também são uma chatice, meus queridos. Os brummmmmmms e tec tec que fazem perturbam o descanso de outros que, certamente preguiçosos, planeiam descansar a tão pouco adiantadas horas.
-- o pedido --
Venho portanto pedir-vos, o mais delicadamente que sou capaz, que parem de fazer barulho estupidamente. Se há um puto em casa a correr, eu entendo. Se há uma festa de aniversário à uma da manhã, eu entendo. Se há um jogo da selecção e o ânimo é desenfreado, eu entendo. Os berros da criança que chora às três e meia da manhã, eu entendo (e sou solidária!). Agora o que eu não entendo é que gente supostamente educada ignore o estardalhaço que faz.
-- mea culpa, tentativa de passar a mão pelo pêlo --
Sou a primeira a dizer que no meu apartamento também se produz mais ruído do que eu consideraria aceitável. A minha cria, de dois anos e nove meses, adora correr e dar saltos. Estando muito tempo sossegada, é acometida de momentos de loucura e não há quem a segure. Obrigá-la a saltar em cima do tapete ajuda mas não resolve, bem sei. Mas a dita cria ruidosa tem, como disse, dois anos e nove meses, e é desprovida de discernimento que lhe sugira que é incorrecto o seu comportamento pelo que, apesar de ser a primeira a encostar o dedo indicador aos lábios e balbuciar um "xiu, não faz baiúlho" quando eu falo mais alto, gosta de um bom salto barulhento.
-- a ligeira ameaça: eu podia ser uma cabra --
Mas digo-vos também que, no que posso, sou excepcionalmente cuidadosa com vosso bem-estar mental. Cá em casa, por motivos higiénicos, não se usam sapatos. Mas também não se usam chinelos com solinhas duras e nem daqueles de quarto com peninhas e saltos em bico cujo toc-toc-toc os faz anunciar com pelo menos sete segundos de avanço. Também os calcanhares se pousam sobre o chão com cuidado e não em ataque. As máquinas funcionam tarde, mas antes das horas impróprias. A música nunca está alto, e nem a televisão.
-- reiteração do pedido e despedida --
Venho portanto pedir-vos um pouco mais de atenção, de vigilância, de cuidado na emissão de ruído. Um poucochinho mais de cuidado ao caminhar e pantufas nos móveis, é só. Coisa pouca, como podeis constatar.
Muito grata pela vossa atenção, cordialmente,
A vizinha do 4.4, Maria

O que eu realmente gostava de lhes dizer:
"Meus grandessíssimos cabrões: parem de fazer barulho!!!! Caminham como elefantes gordos e pançudos e as putas das cadeiras estão a dar-me cabos dos nervos. Parem lá com essa merda, grandes bestas mal educadas".**

*Os meus nérfes andam em franja. Sou uma grávida em repouso, há que ter tolerância para comigo.
** O que me vale é que sou bem educada e só os comparei aos elefantes. Eles são mesmo gordos, parecem hipopótamos.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Tanto tempo desaparecida e voltas para falar de gulodices?

E há lá melhor assunto?!
Miss ocupated, tão ocupated... os gajos do departamento escravizam-me!
Se me conhecesses saberíeis que digo isto com tom jocoso e acompanhado de um ar de gozo, não o digo maldosamente.
Digo-o, contudo, e apercebi-me disso a semana passada, com uma pontinha (um novelo inteiro) de arrependimento por ter voltado. Também por aquilo que o departamento me está a fazer (ou que eu deixei que me fizesse, coisa talvez pior, pois que aguentar com a frustração por não me ter defendido melhor, por ter deixado que me pisoteassem e se aproveitassem da minha boa vontade deixa-me ainda mais frustrada). E fundamentalmente, por o meu patrão me ter cortado os tais 22.453% de ordenado anual.
Mas voltando ao que me dói na alma...
Não é trabalhar muito, por favor não me interpretais mal, coisa que até gosto bastante de fazer. Aliás, foi fonte de grande satisfação constatar que ainda consigo, que ainda sou capaz, capacidade de que, dois anos integrais dedicados à maternidade volvidos, duvidei com todas as minhas forças. Como me angustiei a este propósito...
O que me faz doer o coração é ter visto a distribuição de serviço docente e ter constatado que, a seguir a um colega absolutamente fantástico e com uma produtividade que vale por pelo menos quatro excelentes profissionais -- ainda por cima um gajo porreiríssimo! -- sou a que tenho mais horas de serviço. De todo o departamento. Tenho cinco disciplinas ao todo, todas diferentes, e três delas novas. Trabalho que nem uma brutinha, sou eu e a produção de bolos em série do Continente (Zitinha, eu juro que não provei, mas até têm bom aspecto...).
Os que estão mais por dentro do assunto poderão lembrar que estou a acumular serviço docente, que não estive cá no primeiro semestre. A esses respondo que, em primeiro lugar, não estar cá não significa que não tenha trabalhado, afinal os três papers que estão na secretária do Barry à espera que os leia/corrija/melhore não se escreveram sozinhos, e nem os textos de apoio que escrevi para uma cadeira caíram do céu, antes fosse. Em segundo lugar, não sou caso único, outros houve a acumularem o serviço. Outro argumento, esse já válido, é que havia débitos (dívidas de horas lectivas) e que havia de pagar. Respondo agora que sim, infelizmente tinha débitos, como tantos outros colegas, mas o que não havia necessidade era de agora ter créditos (horas a haver).
Outra coisa que irrita até ao tutano é que o ECDU, o tal do estatuto da carreira docente universitária (chiiiique!), diz que as horas leccionadas depois das 20:00 valem por hora e meia. Viste-las!? Nem eu, dizem-me que o "departamento não faz" (que se lixe a lei). E ensino cinco destas. Fazei contas...
Fora estas questiúnculas há outras coisas que me estão a doer. São cinco. Cinco dias por semana que estou longe da minha filha, da minha boneca. Vou para a universidade à Segunda ao fim da tarde e só chego na Sexta à quase uma da manhã (tenho ensinado até às onze da noite). Vale-me mamãe, que é melhor avó e mãe do que eu conseguiria ser. Abençoada seja madame e sua ternura para com nossa menina.
Bolas, chega de queixas. Vou mas é trabalhar que amanhã dou aulas até às dez e meia (da noite) e alguém tem de as preparar...
I'll be back! Jeito Terminator para dar mais pedal...

P.S. Não aceito boas e devidamente justificadas defesas para o comportamento do departamento. Só quero comentários que me amaciem o pêlo e digam que estou repleta de razão. Estamos entendidos? Merci!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Sabes que te americanizaste a little bit quando... #7

Quando vês uma fotografia de uma moça com as maminhas ao léu e pensas, quase como um jovem imberbe de hormona' ao salto, "mamas, mamas, mamas".
Moça que gosta de apreciar coisas bonitas que sou, desde uma paisagem a uma obra de arquitectura, desde uma criança bonita a uma mulher escultural, gosto naturalmente de apreciar um belo par de mamas.
Ora nos EUA isso é um bocado mais difícil de fazer no dia-a-dia e eu explico porquê (peço desculpa aos que já me vêm seguindo há mais tempo, acho que esta propensão à repetição advém também dos anos que passam). É que há censura (óbvia) na televisão! Maneiras que hoje, ainda no rescaldo do Dia das Bruxas, trago um exemplo.
Estava esta vossa amiga descansadamente assistindo ao programa que segundo os apresentadores é o "your ticket to Hollywood" (ou coisa assim, não lembra não), o mui sério E! News, quando vê as mamocas da Heidi Klum todas pixiladas. Num momento de elevada inspiração querendo promover o segmento, diz a apresentadora, contradizendo-se imbecilmente:
(Vamos revelar fatos ainda mais exuberantes dos A-listers incluindo um que envolve três palavras: mamilos de macaco pixilados. Gozai!)
Enjoy!?!?!

Haja pudor, Heidi Klum & Seal, E! News, 1 de Novembro, 2011

Felizmente há a Caras:

Mamas, mamas, mamas!!!!, Heidi Klum & Seal, Caras, 2 de Novembro, 2011

Este puritanismo bacoco é das coisas que mais me irrita nestes gajos.

sábado, 15 de outubro de 2011

Subsídio, uma defininção, um esclarecimento, ou qualquer coisa assim assim, mais ou menos, tal e qual, em jeito de serviço público

Ando aqui às voltas com uma questão. Uma questão pequenita, um detalhe, talvez. Mas é um pedregulho no meu sapato.
Aqueles que me vêm lendo sabem-me fanática com a significação exacta das palavras. E se cedo às redundâncias por uma questão estilística (ai amigos se me conhecesses ao vivo veríeis o que eu gosto de uma redundância, de um pleonasmo, numa espécie de esbracejar linguístico bem à português), não deixo que os floreados e nem as interjeições, às vezes em demasia, me façam perder o Norte e me deixem à deriva no que toca às opinações (também gosto de inventar palavras).
Pois hoje venho aqui esclarecer -- e desde já peço perdão por este "esclarecer" de algum modo poder sugerir que vós precisais de esclarecimento, não, de modo nenhum o queria insinuar, vede isto como se de serviço público se tratasse, eterna optimista que sou e crente de que mais do que três leitores cá virão. Tende paciência, amigos.
E é a noção do subsídio que me anda a chatear a molécula. Subsídio, subsídio, subsídio, assim escrito três vezes a ver se se quebra o feitiço e em jeitinho de Candomblé volta o seu a seu dono. Vejamos então, começando pelo começo, a etimologia (merci, Priberam, agora e sempre).
Subsídio,
[Substantivo masculino (do latim subsidium, -ii, tropas de reserva, reforço, socorro, auxílio.)]
1. Quantia com que o Estado ou outra corporação concorre para obras de interesse público. = SUBVENÇÃO
2. Quantia atribuída por uma entidade para um fim específico (ex.: subsídio de desemprego, subsídio de férias).
3. Aquilo que concorre para um fim determinado. = CONTRIBUTO
4. Auxílio; socorro; benefício.
Atentemos concretamente ao número 3, o tal que fala da quantia atribuída para um fim específico, e cuja ilustração me parece muito adequada. E, se ainda me estais a ler algo já enfastiados porque não se ouve falar de outra coisa senão dos subsídios de férias e de Natal (será que agora se escreve com letra pequena?), dai-me apenas mais uns minutos da vossa atenção, que eu prometo arrepiar caminho.
Os nossos, perdão, os ex-subsídios-de-férias-e-de-Natal-dos-funcionários-públicos-mas-que-agora-são-do-governo, não são subsídios nenhuns.
Não!?
Não.
O nosso salário anual é, por uma cortesia extrema para com os empregadores e para com o Estado, que na altura dos subsídios se vê com uma fatia de ordenado mais gordinho para taxar, um empréstimo que os trabalhadores, gente que gosta de trabalhar e sentir o sol secar as pérolas de suor que teimam brilhar em suas frontes cansadas, ouvi dizer, que eu detesto transpirar, gentilmente concedem a seus patrões pela mui digna honra de estar ao seu serviço. Um empréstimo. Em-prés-ti-mo. Nada mais. Nada menos.
O que importa realmente é aquilo que a malta recebe ao fim do ano, a ver se os sortudos-abençoados-trabalhadores com cargos mais interessantes não negoceiam o seu salário anual e os bónus e prémios. Estes são, apenas, detalhes técnicos, palavras, porque o que importa no finzinho é o carcanhol que vem para casa, cá por mim até se podia chamar Efigénia, Clotilde, ou marmita, redunda no mesmo.

O subsídio que o estado nos (funcionários públicos) vai tirar a pretexto da Troika e da crise e da Madeira e..., não é subsídio e sim e tão somente uma parcela do ordenado que eu emprestei ao Estado, parcela essa que eu deixei que ele não me pagasse durante os primeiros seis meses meses do ano, mas que permito que pague e me faça sentir por uns instantes que é Natal.
Parcelas!? Álgebra. Sim, só um bocadinho.
O estado, que deve pagar W de salário anual, resolve dividi-lo em 14 suaves prestações mensais, pagando por isso, em cada mês,
(1/14).W = 0.0714W = 7.14 % do nosso salário anual
mas, duas vezes por ano, paga-nos dois salários, e em Maio e Novembro recebemos
14.28% do nosso salário anual
ou mais ou menos, porque subimos de escalão no IRS e lá se vão mais uns trocos nos impostos.
Pelo contrário, podíamos receber pelos meses que efectivamente trabalhamos (e aqui não vou entrar em questiúnculas de só trabalharmos onze meses) e receber, mensalmente,
(1/12).W = 0.0833W = 8.33 % do nosso salário anual
ou seja receber mais 1.19 p.p. (pontos percentuais, amigos, eu um dia venho cá explicar porquê, agora não me apetece) de carcanhol por mês.
Fora a parcela que o governo me roubou de ordenado, irrita-me que o Estado me passe um atestado de imbecilidade e que me diga "olha pá, tu não te governas bem, deixa cá que eu obrigo-te à poupança mas depois devolvo-te tudo". Juros?! Nã, esquece, tu é que tens de pagar pelo favor que te faço, ó perdulária, ainda vais gastar tudo em sapatos ou carteiras, coisa que eu pago com a tal subida de escalão de IRS.
Cá pelos US o marido recebe pelos meses que trabalha oficialmente, que são nove -- na verdade o pobre trabalha o ano todo e tira p'raí uma semana de férias, se tanto, mas enfim, isso são contas de outro rosário. Amantíssimo esposo recebe nove meses por ano e nos outros não recebe, ponto final. Tem de poupar, ter juízo, e não comprar a esta sua gaja todos os sapatos e carteiras que esta (aparentemente, perante seu governo) insiste em possuir (ouvi dizer, mas vê-los que é bom, nada).
Tudo então para dizer que o que o Estado está a tirar não é um subsídio, não é um bónus, não é um presente pelo trabalho bem feito, é uma parcela do ordenado, bolas. Fatia essa que eu ia usar para arranjar a dentuça, que bem precisa de um refresh (mania dos americanos terem todos dentes brancos e certinhos, tão lindos, como nos reclames da Colgate...), ou botar na poupança, que anda quase anorética.
Humph. Espero não ter de cortar nas bolachas.

[Ainda googlei as expressões "décimo terceiro mês" e "subsídio de férias", queria saber quando surgiram e por obra de quem, mas não consegui, pelo que considero este texto uma abordagem muito crua à questão do subsídio, mas por ora terá de servir.]

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Vinte e dois ponto oitenta e seis, mais coisa menos coisa

A sério que vão roubar aos funcionários da função pública 1/7 do seu salário? Depois de já lhes ter sido retirado, no ano passado, cerca de 10%? Não, eu não devo ter ouvido bem. Contas de cabeça... não, por favor... resiste, resiste, resiste...
1.º  Corte de ordenado de 10% --> ficam 90%
2.º  Corte de 2/14 = 1/7 = 0.1429 -- > ficam 85.71%
3.º Mas... atenção que os corte foram sequenciais, pelo que realmente
     90 * 85.71 = 77.14% é o verdadeiro salário que nos resta depois destes cortes
Pelo que os vencimentos, de há um ano para cá, diminuíram em cerca de 22.86%.
Maria, estás a esquecer-te do corte do subsídio de Natal deste ano?
Não, não estou. Mas estou a tentar...

E depois...
Depois podia vir cá dizer que é preciso pagar o défice. E que o corte salarial é uma medida tão boa como qualquer outra para minorar a despesa, que se quer bem mais contida. Podia dizer também que a teoria económica sugere que pagar menos aos funcionários não incentiva ao emprego, muito pelo contrário. Tenho a certeza que estudos psicológicos apontarão para os efeitos nefastos na eficiência (já para não falar na motivação) que esta medida terá. Mas sinceramente não me apetece. Apetece-me mesmo é cruzar os braços, enrolar-me numa bolinha com a minha filha e ir ver a Rua Sésamo.
Sim, acho que é melhor.
O Elmo está a aprender a andar de triciclo, coisa que a própria cria está a fazer. E acho que no episódio de hoje só se conta até três. Parece-me melhor, a álgebra está a dar-me dores de cabeça.

P.S. A minha filha acabou de dar uma lambidela no comando, do topo ao fundo. Não sei se isto tem alguma significação particular, mas achei que íeis gostar de saber.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

De quarentena

Já desparasitei o blog: já lhe tirei aquele mapa tão lindo das visitas que estava a ficar cheio de bolinhas vermelhas e já lhe tirei o contador de malta online, coisa que muito me divertia quando via que do outro lado do fio estava (mais) alguém.
Então mas porque raio é que o meu site ainda tem o aviso de estar infeccioso?
Assim como assim vou ali lavar as mãos e já volto.

Xauzinho, have a nice life!

Uma gaja anda ocupada até às orelhas, deixa de postar uns dias e depois vem ao blog e é isto, perdeu um seguidor.
Humph!  Não estou satisfeita. Não estou mesmo nada satisfeita. Voltei ao número primo, que ainda por cima acho solitário. Já viram, passar a vida a ser divisível por si próprio e por um? É triste, é como almoçar sozinho na cantina da escola enquanto na mesa ao lado as gargalhadas se sucedem.
E não me vindes cá com coisas de que o que conta é a qualidade e não a quantidade, o que importa é que a malta seja toda civilizada e não mande postas de pescada apodrecida... uma gaja quer leitores, pronto! 
Antes que se inspirem e dêem em debandada geral, deixai-me dizer-vos que gosto muito de vós, que vos estimo muito, e que por vós nutro um apreço e um carinho muito especiais. Estais no meu coraçãozinho, a sério que estais.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Proibida a entrada a animais (bichos são bem vindos)*

Ontem, enquanto esperávamos por mesa à porta do restaurante A Broa, em Vilamoura (cujo nome e localização aqui vos deixo com recomendação/súplica de que, se estiverem por perto, lá vão e comam um peixinho grelhado), vi um autocolante que tive mesmo de "fotografar para o blog" (entre aspas porque é uma expressão que, apesar de por cá não se vislumbrar sinais dele, ilustra o pensamento que várias, imensas, incontáveis quase!, me assolapa e que normalmente me leva a fotografar a torto e a direito coisas que depois vão enchendo folders atrás de folders com nomes sugestivos do estilo "fotos para blog", "coisas giras", ou outras variantes que já afirmei mas reitero para os mais distraídos que têm nomes sugestivos, mas que depois, por motivos que eu mentindo digo serem vários mas que de facto não são, são apenas uma mistura mal amanhada de preguiça, comodismo, desleixo, e alguma falta de tempo que eu facilmente venceria se passasse menos tempo a fazer definhar o cérebro à mesma velocidade a que expando o nadegueiro, o esquerdo e o direito, realmente nunca aqui trago, coisa que até muito me incomoda pois que tenho muito carinho pelo meu blog, que me fez muita companhia enquanto nos EUA e me fez conhecer gente muito janota e outra tanta que eu não conheço mas sei andar por aí -- leitor/a de Moçambique, desta feita só para ti um beijo em moçambicano, que é como quem diz um beijo, esperando eu que tenhas notado que tentei cantar mais um bocadinho como suponho serem cantados os beijos por eles ditos e, já agora que cá estou algo despudorada, talvez por escrever em trajos praiísticos, bem beijados).

(Ah, que saudades que eu tinha de escrever estes considerandos que ocupam mais espaço do que as frases com o conteúdo que eu oficialmente quero escrever...)

Ora ontem, enquanto esperávamos à porta do restaurante, algo escondido no vidro algo nem por isso, que os avisos que avisam nossos amigos são, cheios dos quais estão os infernos (coisa que ouvi no CD dos La Union ao vivo -- saudação agora à miúda que eu era aos dezassete anos e ouvia o Lobo Hombre en Paris tantas vezes e mais algumas até me cansar dos repetitivos Play/Rewind/Play/Rewind no gravador/leitor Sony que mamãe me ofereceu a meias aquando dos meus dezasseis anos), vi este aviso ou proibição ou o que seja que eu pensei ser muito útil a alguns bloggers:

Aviso,  restaurante A Broa, Vilamoura, 29 de Agosto, 2011

Não sendo este o texto em que vou discorrer sobre a pobreza intelectual daqueles que vêm ler um blog e deixam, quais animais, comentários escatológicos nos quais insultam o autor dos textos, é este o texto em que afirmo que blogs há que deviam ter este aviso.
Um exemplo que me anda aqui entalado é o do caso do Jorge, cuja câmara regista momentos que me deleitam e cujas palavras, quer de autoria própria quer de autoria daqueles que cita são sempre ternuras que acompanham os instantâneos, que foi plagiado a torto e a direito por quem tem tanto respeito pela obra alheia como pelos folhetos do Pingo Doce (se calhar por estes tem mais, há promoções no arroz e no óleo vegetal que não são de perder). Fiquei tão incomodada que nem consegui escrever nada na caixinha de comentários do blog. Animais. Devia ter-lhes sido proibida a entrada no teu blog, ó Jorge!
E eu que ontem fiquei tão agradada quando, por volta das quatro da tarde, e estando as minhas meninas a dormir a sesta no quarto, me levantei do sofá e, talvez a um metro do aparador, estava a gatita aqui do complexo, felpuda e gorducha que só ela, sentada, talvez a fugir ao calor, talvez não. Entrou assim, sem pedir licença, que se tivesse pedido eu não lha teria dado, e assim me fez sorrir um sorriso que eu sem dúvida não teria sorrido caso a dita licença tivesse sido questionada. I'm not a cat person, que fique aqui claro, mas sou um bicho-person (pássaros não são bicho!), gosto de bichos. Mas há animais que nem bichos são.

*Adenda emparentesiada ao título para clarificar que Maria gosta de bichos, bicharecos, e bicharocos (menos de pássaros, que não são bicho).

domingo, 3 de julho de 2011

Janela indiscreta #2

Ryde Hotel, Room 301, Original Window (?) circa 1927, 3 de Julho, 2011

Não estava mesmo.

Janela indiscreta

Ryde Hotel, Room 301, Original Window (?) circa 1927, 3 de Julho, 2011

Eu não estava a brincar.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O blogspot constipou-se. Santinho!

Ontem à noite, não sei se seriam ainda dez ou se as onze badaladas tinham já badalado o seu tinir e se aproximavam a passos largos da mudança de dia, o blogger tomou chá de sumiço. Estava a preparar as fotos que tinha tirado durante os meus passeios da tarde e puft, "post was not saved" devido a nem sei o quê. Daí até desaparecer de todo foi um instantinho, clickava no link tão convenientemente guardado na Bookmarks Toolbar e só me aparecia a mensagem "Error 400 code - Bad Request", não dava sequer para fazer o login.
Hoje de manhã, ainda ramelenta e com cheiro a sonhos, vi que, pelo menos nos blogs que habitualmente leio não se passou nada, ninguém deu conta de nada, o que também é muito chato. Gosto de me sentir acompanhada nos desconfortos, gosto de vociferar em uníssono e não sozinha no meu canto. Gosto de ler os impropérios que os (outros) bloggers escrevem e que eu própria gostaria de ter escrito. Não sei porquê sinto que me desempoeiram o sótão. Mas não... Pelo menos o help forum do blogger diz que sim, que houve um problema qualquer, um bug. O blogger constipou-se mas já tomou um chá de limão com mel e agora está fino, como novo.
Assim sendo, aqui ficam umas imagens de ontem. Marinwood, mais precisamente Lucas Valley. Isto é bonito como o caraças.

Lucas Valley Road, 29 de Junho, 2011

Eichler houses, Algures em Lucas Valley, 29 de Junho, 2011

Eichler houses, Algures em Lucas Valley, 29 de Junho, 2011

Um facto curioso sobre Lucas Valley que nunca deixa de me fazer sorrir: o George Lucas tem o seu estúdio, o Skywarker Ranch, aqui perto.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A juventude de hoje, história de uma lapada (bem dada)


Principalmente hoje, depois de uma noite mal dormida a pensar na mãe do Angélico, empática que estou com a sua dor porque ela é mãe, e mãe que é mãe sabe que este é o pior pesadelo que se pode imaginar, estou boquiaberta com esta aventura que a minha amiga P. relatou no seu Facebook.
Principalmente hoje, que a minha alma está um bocadinho dilacerada com o acidente (absurdo) do Angélico, acho que a P., que foi corajosa, que foi valente, que foi uma gaja de tomates frios e cabeça quente, pode bem ter salvo a vida ao puto que se fingiu atirar para cima do carro.
Bem sei que a juventude não tem o córtex frontal devidamente desenvolvido, mas este puto estava mesmo a pedi-las. E se o pequenino da P. não tinha o assento do carro bem preso, e se a P. não se desviava, e se...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Piquenos detestares de Maria

Detesto quando marco a publicação do post para uma determinada hora e depois me esqueço de clickar em "Publicar" e ele fica guardado como draft (rascunho).

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Os três da Terça de manhã: golfinhos, polícia e Brad

E agora, que não tenho nada a dizer sobre pepinos, vou escrever sobre o polícia e o Brad da família dos caroços* que me caíram nos cereais Terça-feira de manhã. A sério. Mais ou menos.
Pois lá íamos nós, mini-bolacha e eu de chauffeuse, atrasadas como convém, entretidas como é necessário, e em excesso de velocidade como é hábito. Íamos para o ginásio, a aula começava às dez e um quarto e já eram dez e pouco. Lampeiras, íamos na Chandler Blv, sentido Oeste, quase a chegar à 32nd Street -- e aqui posso falar da Chandler como se fosse a Avenida da Liberdade em Lisboa ou a Rua de Santa Catarina, no Porto, pois que já tive o cuidado de aqui a descrever e inclusive mostrar um vídeo todo janota. Estava uma manhã linda de sol, a música era porreira, o trânsito era quase nenhum, a estrada era toda nossa. E eis que, palerma, escondido numa esquina estava um polícia que eu não vi a tempo suficiente de travar ainda mais (não vinha ninguém atrás de mim).
Lá sai ele do seu esconderijo, vejo-o aproximar-se de mansinho pelo retrovisor -- bolas, bolas, bolas, ultrapassa, ultrapassa, ultrapassa. O gajo liga as luzinhas da moto. Estou lixada. Atravesso duas faixas para ir para a faixa mais à direita e viro para uma rua menos movimentada.
Bolas, bolas, bolas. E agora, como é mesmo que se faz? Desliga a música. Desce o vidro. Desliga o carro. Põe as mãos no volante para o officer não julgar que és uma criminosa ou que o vais atacar -- como se uma gaja de t-shirt roxa cheia de brilhos com uma catraia sorridente no banco de trás o fosse -- bolas, por que é que a gaja não está aos berros a fazer uma birra monumental...
Good morning ma'am, can I see your driver's license and car documents, please?
Good morning, officer. Sure. Please excuse me a second while I look for everything. 
Sei lá onde raio estão os documentos do carro... será que o gajo se lembrou de pôr o papel novo do seguro... bolas, ainda não mudei a morada na carta de condução... dou-lhe os documentos... são os documentos errados, dei-lhe o registo provisório do carro em vez do definitivo, que está aberto nas minhas mãos. Ele repara nisso e sorri. Eu tremo, tento parecer que está tudo bem.
Do you know you were speeding back there? Do you know the speed you were going, ma'am?
Yes, I was I going maybe 52, 53...
Milhas por hora. Numa zona cujo limite ora são 40 milhas ora são 45.
Afinal ia a 55. A primeira multa. Já conduzo há treze anos e nunca fui multada. Um record virginal que se perde no dia em que descubro a Margarida a trazer a público a perda do seu.
Há muito ir e vir entre o meu carro e a moto. O polícia entrega-me um papel para assinar e eu assino. Ainda me pergunta de onde sou e diz que já esteve em Portugal há muitos anos. Trocamos delicadezas enquanto me multa. Bolas já estou tão atrasada... Qualquer coisa pagar a multa, pontos na carta de condução, seguro mais caro. Ou ir a tribunal. Ou ir fazer um curso de condução defensiva e ficar com tudo como estava, sem pontos, sem seguro mais caro. Eu que escolha. Ai o gozo que o marido me vai dar... Será que lhe posso falar do meu trauma matinal, da inocência perdida, dos golfinhos que nunca mais serão somente um animalzinho simpático, macio... concentra-te.
Make sure you drive slower, ma'am.
Ainda lhe faço mais umas perguntas sobre como reagir na eventualidade de, sozinha e a altas horas da madrugada, ser mandada parar no meio de nenhures, é que vejo muito CSI. Ele sorri e explica que devo ligar para o nine-one-one e certificar-me de que efectivamente é polícia quem tenho à perna. E parar, parar sempre.
Have a nice day, ma'am.
Caraças lá para o ma'am.
Thank you officer, have a nice day.
Pois porque o meu vai ser, cabrão-sonofabitch!

-- Continua -- 

*Pit é, entre buracos no solo e outras coisas mais, um caroço a que falta um "t".

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Tendes bom inglês e sois snob? Ajudai-me!

Estou doente. Tenho a alma aos saltos, o coração a tremer, e o cérebro a arrotar. Não estou bem, a sério que não estou bem.
O que comeste, perguntais alarmados ante a minha fronte tão macilenta e a clara falta de viço. Não foi o que comi, foi o que li no Portugal Daily View (PDV)*, "o primeiro site noticioso com conteúdos em inglês que visa levar as novidades do que se passa no país aos quatro cantos do mundo. “Este projecto nasceu da constatação que na procura noticiosa na internet sobre Portugal não há informação em inglês. Até agora, só era possível encontrar notícias sobre o país em inglês em ‘sites’ institucionais ou em jornais estrangeiros, pelo que pela primeira vez vai estar disponível informação feita por jornalistas portugueses para o mundo”, revelou à agência Lusa Vítor Matos, director do Portugal Daily View."
Quando vi esta notícia do lançamento do site, salvo erro no Domingo, esfreguei as mãos de contente (é sabido que está contente esfrega as mãos). E ontem, Segunda-feira, 30 de Maio, lá fui ao site.
Mais valia ter ficado a fazer origami. O inglês é tosco, é pouco polido, as frases parecem marteladas a betoneira e fazem-me doer os tornozelos.
Mas é assim tão mau, perguntais. Mau, mau, mau, não é. Mas também não é bom. Por exemplo, vede o Press Review de Segunda-feira, dia 30 de Maio:

Portugal Daily View, Press Review, May 30, 2011

Ou vede este perfil do Sócrates, que está estranhíssimo.
Todavia o coup de grâce vem do blog Lisbon Story Teller escrito pela Marta Rebelo. Ai valham-me as petúnias e o rosmaninho. Só um cheirinho:

The ultimate sushi, blog do Portugal Daily View, 30 de Maio, 2011

E, para rematar, o último parágrafo:

The ultimate sushi, blog do Portugal Daily View, último parágrafo, 30 de Maio, 2011

Mas o que realmente me deixou doente foi o que eu não vi: o comentário que lá deixei ontem à noite a dizer que o blog era um embaraço para o site e que por favor ou lhe corrigissem o inglês ou o retirassem de todo (não sei se é bom o que conta, eu não consegui ler). Fui censurada!!!! O meu comentário não está lá! A bem dizer não vi comentário nenhum em lado nenhum, mas a minha busca não foi de modo algum exaustiva. Isto irritou-me de sobremaneira e foi um dos motivos que me levou a escrever este texto.
O segundo motivo é porque preciso que me digam que estou enganada, que o inglês é adequado, que está bem, que eu é que sou uma snob e tenho a mania. Dizei-mo, I beg of you. Please. Pretty please. Lembram-se de como pedia o Roger Rabbit?  P-p-rrr-lease!

*Se alguém do PDV me lê, que aprenda: escreve-se o nome por extenso e as iniciais apresentam-se entre parêntesis, não ao contrário.
**Se alguém do PDV me lê, eu sou, na minha humilde opinião de perita, uma excelente revisora de textos.
***Adoro a palavra perita, é como se fosse uma pêra pequenita. Isso e nenúfar!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Estou pior que uma barata, Parte II

Bolachas como se querem: felizes!

Prueba superada!!!!!!.
O António do Maracujá foi um querido e ajudou-me a voltar ao dicionário antigo. Obrigada, António!

terça-feira, 1 de março de 2011

Afinal não foi o wireless...

... foi o cabrão do computador que avariou...
Estou pior que uma barata...
Xau.