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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Não sou só eu que estou a ficar velha, estamos todos

Mas a mim anda a tocar-me muito. Não se são os olhos que qualquer dia me valem o epíteto de presbita--no ano passado foi só astigmatismo--ou a incapacidade de aguentar noitadas.  Estou claramente velha. Para mim os desejos de ano velho/novo são saúdinha e que por cá continuemos todos. 

Também gostava de escrever mais no blog. Isto dá-me gozo e, confesso algo despudoradamente, gosto de ser lida. Comentada, então, nem se fala. 

Sorrisos do deserto! E saúdinha em 2015, para nós e para quem gosta de nós!

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

May the birthday wishes begin!

Faço anos, hoje estou tão feliz!!!!!!!!!!!!

Que mariquice infantil, aos 39 anos ainda acho que o dia 17 de Outubro é especial, que é meu, e celebro the heck out it -- hey, se tenho de fazer anos e envelhecer e enrugar e esbranquiçar, então que o faça com pompa, com a circunstância que é devida ao facto de por cá ter estado mais um ano, de ter sorrido, de ter chorado, de ter viajado e abraçado, de ter visto o oceano e cheirado aquela brisa tão salgada que deixa gosto na boca, de ter amado, uns dias mais, outros dias nem tanto.

Fico feliz por fazer anos. Também ajuda poder usar a desculpa para me oferecer (mais) uma carteira cara como o caraças. Mim gosta. Mim ficar feliz. Mim não ser fútil. Mim ser... eu. Mais velha. Mais... eu.


Digo-o já, caso tenhais ainda dúvidas -- que não tendes, não tendes, sois gente que vê para além das linhas laboriosamente escritas -- que vou gostar muito de vossos votos parabenizantes. Vou gostar mesmo muito e sentir-me feliz. Mais feliz, porque o dia será meu.

Nota da comentadora mais ou menos assídua (claramente menos) do estaminé: este frasco foi-me oferecido pela Sara, no Verão. Vinha com bolachas, entretanto devoradas. Esta é a melhor ocasião para o partilhar. As bolachas, essas, partilhei-o com o senhor meu marido, mas a contragosto.

quarta-feira, 19 de março de 2014

O mundo divide-se... Facebook

O mundo divide-se entre as pessoas que enviam pedidos de amizade no Facebook e as outras.

Eu sou do segundo tipo, é raríssimo enviar pedidos de amizade. Isto tem um motivo, e não tem nada a ver com uma postura blasée. Eu detesto ser rejeitada. De-tes-to. Se envio um pedido de amizade e a pessoa não aceita fico furiosa, chateada, e eventualmente triste. A rejeição abre a porta a fantasmas dos passado, fantasmas que fui tentando trazer para a luz do dia e cuja importância desmistifiquei, mas suponho que as cicatrizes ficaram lá, umas quelóides feias mas que o tempo aceitou e tratou de fazer parte de mim.

Alguém que foi abandonado, conjecturo, sente sempre necessidade de garantir que isso não volta a acontecer. É alguém que quer agradar e só falta usar ao pescoço um cartaz "don't leave me!". Pior, alguém que foi abandonado não consegue perceber por que é que outras pessoas podem gostar de si. Este é o meu calcanhar de aquiles (um dos, mas este é grande).

Digo umas graçolas com uma pronúncia acentuadíssima para que tenham mais piada, sou muitas vezes um bobo da corte. Gostem de mim, gostem de mim! Sou uma perita na arte de estar de bem com todos. Não me deixem, não me deixem! E só quando estou à vontade, e quando finalmente percebi e interiorizei que se o outro não gosta de mim, well it's really you, not me, então finalmente sou eu e falo e digo o que penso sem receio de que deixem de gostar de mim ou me deixem. Mas é muito difícil.

Crescer é muito difícil. Enviar pedidos de Facebook também. Feliz dia do pai.

sábado, 8 de março de 2014

Optimismo, uma definição

Vou de férias com o marido (Spring break).*
Três dias.
Levo dois livros.

*San Diego.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A sério que há-de haver uma designação oficial para isto

É dia de São Valentim (ok, noite, são dez da noite). Eu estou a trabalhar (ok, a tentar) e a minha mãe e o meu marido estão na sala ao lado a ver o filme do Roberto Redford.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

PPC update

Em primeiríssimo lugar, apraz-me muitíssimo dizer a Vossas Excelências, pessoas que eu tenho em mui elevada estima e por isso não me lanço já num questionar de vosso bom gosto e ou sanidade mental, pois que vos prestais a cá vir ler estas misérias que me saem da ponta dos dedos, mas hei, gostos não se discutem e eu até prometi a mim própria, pessoa de elevado gabarito e que jamais quero desapontar, em jeito de resolução de ano novo, ou será de ano velho!?, ser mais tolerante, que temos novidades quanto ao PPC 2013!

Comecemos pois...

Chegou-me a penates o meu postalinho de além mar! Até veio de além rio, porque quem mo enviou fê-lo da cidade invicta, que por saudade decora a parede principal da minha sala e penso até a de um ventrículo ou aurícula deste meu coração que de se debruçar sobre os nefastos efeitos que têm a privação desta e de quem nela ou perto dela habita, suspira e tresuspira e apesar do calor que está em casa encolhe-se e aperta-se e mirra um bocadinho.

Perdão, não lhe faço justiça. Não foi um postal, foi um cartão delicadamente recortado e enfeitado à mão. Simpatia é assim, embrulhada num laço vermelho e guardada num envelope artesanal. Mais até porque trouxe um marca livros cor-de-rosa, se não me engana o tardio da hora e o cansaço também ele concebido pela própria. E, agora que pensais que eu sou uma sortuda e que não mereço tamanho desvelo, no que tendes razão, lamento apenas por mim a aquiescência, digo-vos que ainda tive direito a um chocolate. Não é para todos, meus amigos, não é, e às vezes o sol brilha para mim, neste caso o chocolate derrete-se na minha boca, o que às vezes, muitas vezes, tantas vezes, redunda no mesmo.

Obrigada, Lemon, gostei muito!

E agora aguardo, com alguma paciência mas nem por isso muita, que também os meus postalinhos cheguem a quem de direito, pois que os enviei ao destinatário que me coube em sorteio, à miss Ursa, Pólo Ruth Norte, e ao piqueno elfo Rúben que a ajudou na demanda. Algo me diz que chegarão antes dos reis e que eu não hei-de levar um tomate podre cibernético na tola. É que eu não mereço. A sério.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Abraçar o medo

Hoje, há pouco, aliás, há umas escassas horas, vim pela primeira vez ao meu novo local de trabalho. Apanhei boleia com o marido, que estacionou o carro, descemos em conjunto as escadas do parque de estacionamento, e separámo-nos, cada um para seu destino, ele já ia para o edifício da escola, eu ainda ia tirar o cartão. Apontou-me a direcção do meu próximo destino, a mesma escola, assim que estivesse despachada, e lá fomos. Melhor ou pior a foto foi tirada e foi hora de abrir a porta do meu admirável mundo novo. Mas onde raio está a porta?

Cheia de mania não fiz o caminho inverso e fui dar ao lado oposto do edifício onde estava. Ainda dei algumas boas dezenas de passos até decidir que era melhor re-trace os meus passos. Privilégio de ser mulher, este de arrepiar caminho e perceber quando desistir. E lá saí novamente do edifício, desta feita pela porta certa.

À minha frente o pátio já familiar, as janelinhas com persianas azuis que eu sabia serem o meu destino ao fundo. Que alívio, sem saber bem onde estou já sei para onde vou.

Mas não, não sei. Sei que o gabinete que me espera é no quarto andar, e que se virar à direita a seguir aos elevadores encontrarei as secretárias do departamento (são três). Tenho encontro marcado com uma delas, andamos há meses a trocar mensagens sem nunca nos termos visto. Sei que é nova, na casa dos vinte, e loira. Venho a descobrir quando finalmente a conheço que é alta e linda. Combina com a personagem do email, portanto.

Ainda antes de descobrir o cheiro dos elevadores e que não têm espelho -- bolas, uma gaja tem aparecer apresentável e não há um mísero espelho à volta!? não se faz, pá!, quem disse que os académicos, pardon me, as académicas não têm de arranjar uma ou outra melena, ver se o decote não está demasiado convidativo (não está, pelo contrário, hoje impera a modéstia)... Mas dizia, ainda antes de entrar nos elevadores e mesmo na escola, parei um momento para marcar o momento. O momento do "antes", o momento do nunca mais não saberei o cheiro dos elevadores, ou a cor das paredes do meu gabinete, ou...

Gosto muito de conseguir identificar estes momentos de ignorância consciente tão temporária. São tão poucos... Este soube-me a aventura nova, a dia de sol. E estou feliz.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Em véspera de dia de graças

Eu gostava de agradecer algumas blessings que tenho. E o melhor é pôr mãos à obra e não me demorar muito com explicações ou justificações ou razões desta ou daquela ordem porque senão os oito minutos que destinei à empreitada passam num piscar de olhos e eu nada e depois só lá para 2014... Dou então graças por...

1. Por ter dois filhos maravilhosos que ao de cima trazem o que de melhor (e de pior!) existe em mim. São duas criaturas com personalidades distintas (até da minha) que me fizeram amar para além do meu umbigo. Ainda tenho vontade de me beliscar quando olho para eles e sinto aquela onda de ternuramor que é tão avassaladora que quase nem consigo respirar, sai-se-me assim o ar do peito e aquela paixão tresloucada faz parecer que nem este é preciso.

2. Por ter saúde e por todos aqueles que são caros também a terem. Não há dinheiro que a pague e eu sou tão grata por isto... pronto, tenho de ser operada à mão por causa do quisto no tendão, mas que é isso?

3. Por às vezes recordar por que raio sou casada com o Monsieur Bolacha, companheiro de horas felizes e nem por isso que has my back no matter what e isso é muito, é (quase) tudo. Ah, e o gajo faz-me rir, coisa boa de reter em mente em todos aqueles momentos em que me apetece apertar-lhe o gasganete e que são mais que muitos.

4. Por descobrir amizades verdadeiras nos sítios mais improváveis, nomeadamente aqui. Sou uma sortuda por ainda me permitir gostar tão intensamente de pessoas novas, deixar que entrem no meu coração que entretanto já aprendeu que há pessoas importantes transeuntes, que pertencem a um ou dois capítulos (ou meia dúzia) mas não à história toda e está em paz com isso.

5. Por gostar muito de mim, por me saber leal até aos ossos e saber que, se me conhecesse, gostaria muito de ser minha amiga. Demorei tempo até chegar, e a viagem nem sempre foi pacífica, mas o destino valeu a pena.

...

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Hoje estou muito feliz, hoje estou muito feliz, esperei o ano todo, e agora chegou... Faço anos, hoje estou tão feliz...*


Continuo a gostar de fazer anos, admito sem pudor. Como os miúdos, sim. Há quem diga que somos permanentemente miúdos, a minha mãe continua a referir-se às suas congéneres como "uma rapariga da minha idade", portanto a maçã não cai longe da árvore (numa referência ao provérbio popular que a nós soaria mais como ao "quem sai aos seus...").

Em Portugal o dia 17 de Outubro já começou e os meus amigos mais noctívagos já começaram a parabentear-me via Face. Ahhhhhh... se há dia em que vale a pena ter conta no Face é este... E um blog, para que possa vir aqui lembrar-vos do dia e pedinchar, sem qualquer esboço de discrição, que me envieis beijos e abraços -- deitai fora o recato, pelo menos por hoje! -- de parabéns, que me desejeis outros tantos iguais, hey melhores!, do que os primeiros trinta e oito, muitas felicidades, saúde, e amigos também!

Trinta e duas horas de aniversário, haja pedal...** mas eu aguento, amigos, eu aguento! E sabei, meus caros, que vos desejo também a vós felicidades, saúde, e amigos. Tudo do bom e do melhor. Sempre!

Parabéns para mim, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida... 

*Para os que ainda não foram obrigados a ver o Baby TV durante horas, esta é a letra da música de aniversário. Na versão espanhola aqui (seria tão melhor se me chamasse Julieta...).
**Admitindo que o aniversário começa à meia noite de Portugal (GMT 0:00) e termina às 24:00 do Arizona (GMT -8:00). Há dois anos até durou trinta e quatro, que a minha Rita ainda estava em Berlim e escreveu-me um postinho só para mim.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Ai que eu desfaleço-me

Meus amigos, camaradas, gentes, ai que eu estou vai não vai para ter, sei lá, uma quebra de tensão derivada de uma patite, uma grande patite!, uma coisa ruim que passou cá por casa e me deixou exausta da Silva, mais cansada do que se tivesse corrido aqueles kms todos que o maluco do tuga andou a correr pelo deserto com um calor de 50 graus à sombra com um camelo às costas. O que tive? Tive três aniversários de seguida, tum tum tum, aquilo foi alinhá-los a todos e desatar a disparar como se não houvesse amanhã.

Bolo biscuit, 20 de Setembro, 2013
Na Sexta-feira, dia 20, pequeno biscuit fez um ano. A coisa mais linda da sua mãe já anda e tem um dente e 1/10 (o que é 1/10 de dente, perguntais, é quando o dito já rompeu a gengiva mas ainda nem se sente). Está lindo e tão bom que até apetece trincar. Endiabrado, tem-lhe dado para trepar para o sofá (descer, que é bom, népia -- até à data a coisa tem funcionado bem porque a mamã está sempre por perto). Acha graça a dizer uh-oh e a brincar de cu-cu atrás das portas. Não consegue ver a porta do frigorífico ou da máquina da louça abertas e vem a correr fechá-las. Adora bananas e iogurte, e come grissini de parmesão como a mãe come bolachas. Houve festa e houve bolo.  O azulinho da foto.

Bolo de Monsieur Bolacha, 21 de Setembro, 2013
No dia seguinte, Sábado, dia 21, foi a vez do Monsieur Bolacha soprar velinhas no bolo que a sua própria progenitora, minha mui querida sogra, cozeu. Este daqui mesmo, de cenoura com cobertura de cream cheese (não negueis à partida uma ciência que desconheceis, os americanos sabem fazer bolos de plástico melhor que muito bolo de confeitaria de renome que p'raí anda!).
Antes disso ainda rumámos, com mini-bolacha, até ao Sealife, no mall, para celebrarmos os anos da cachopa com os amiguinhos; o bolo fui eu quem o fez e decorou com pasta de açúcar (Zita, terias orgulho de moi! -- se quiseres e o bolo te envergonhar eu nego já qualquer parentesco!), ó p'ra ele aqui:
Bolo mini-bolacha, 21 de Setembro, 2013
Putos aos berros, uma canseira tramada para arranjar tudo, balões, presentes para os miúdos (WTF?, no meu tempo não era nada disto!), nem almocei, quando dei por ela estava a cortar florzinhas de melancia com um molde para fondant.

No Domingo foi dia santo e não houve festa, ainda que tenha feito panados de peru.

Na Segunda, hoje, dia 23, pequena miss fez então quatro anos, está uma princesa e celebrou como tal. Esgoelei-me de tanto cantar parabéns e happy birthdays, inventei letras novas, e ainda consegui a proeza de me lembrar da melodia do babyTV "hoje estou muito feliz...". Não houve bolo novo, que nesta casa estão a sobrar doçuras, e a pequena tornou a soprar velinhas num bolinho de gema enviado pela Zita, que depois naturalmente comeu, lambuzando-se com uma miniatura de bolinhos de cenoura e uma colher de gelado de chocolate. Depois da pizza ao jantar foi para a cama a custo, não conseguia dormir de tão excitada (na cama contou repetidamente até twenty-ten, o máximo que sabe, e conhecido noutros círculos como trinta). Foi melhor que Natal, acho eu. Eu, amigos, eu preciso de um guindaste para me arrastar até ao primeiro andar. Alguém me ajuda? Sempre grata...

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

E, nos finalmentes, parece que valeu a pena

O meu vínculo à universidade onde entre há vinte anos para fazer a licenciatura, acabou. Cortou-se o cordão que desde 1997 me uniu àquela escola, àquelas gentes, alguns colegas entretanto amigos a quem um dia tive o privilégio de chamar professores. Mas enquanto não sigo para bingo e começo a dar aulas na nova escola que por cá me vai acolher, penso nas palavras de despedida que um colega me escreveu, descrevendo-me como:
"leal, competente, e empenhada".
E então sei que valeu a pena, que efectivamente fui o melhor que consegui, e que a minha dedicação e o meu amor à camisola se notaram. Porque eu só sei trabalhar assim.

Vou guardar estas palavras e estimá-las, para que jamais percam o brilho e me inspirem a continuar. Leal, competente, e empenhada.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Inveja, uma definição

Se não tivesse sido eu a almoçar com esta vista e na companhia das minhas misses, confesso que teria inveja de quem o fez. E, se a não tivesse, devia.

Vista do 3.º andar da porta 33 de um qualquer prédio em Alfama,
21 de Julho, 2013

Não resisto a partilhar este pormenor absolutamente delicioso da tarde. A DNC fez um pedido, um único, queria tirar uma foto das nossas mãos como vê por aí. Havendo apenas 50% de mãos manicuradas (ai Rita, somos umas degeneradas!), aceitou-se tirar uma aos pés; ela ficou feliz e às outras duas penso que não doeu nada (a Izzie calou-se e deixou-se fotografar sem refilar muito, deve ser do modo férias, faz-lhe bem às neuroses). A amizade é isto mesmo, fazer feliz alguém quando nos custa tão pouco. E mesmo que custasse...

Post-it à séc. XXI, Alfa Pendular, Carruagem 4, Lugar 42, 21 de Julho, 2013

Gosto mesmo destas miúdas.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Rititi no Porto, eu fui!

A Rita foi uma lufada de ar fresco. Vestida de cor-de-rosa, não cueca, mas bem choque, a Rita foi uma simpatia. Sorriso aberto, gargalhadas fartas, descontraída e absolutamente deliciosa. Eu estava um bocadinho star struck, confesso, e mal conseguia formar dois pensamentos coerentes. Mas o mais bestial de tudo é que a Rita veio de família, aquilo é que foi um consolo. A trupe do Mister Pinheiro, de mãe a prole, estava lá em peso e entusiasmo, o que deu um ar mais descontraído à coisa, como se a Rita fosse (e é, pá, eu sei que é!) de carne e osso como eu (nós, está bem).

Vi-a mal entrei no café da Fnac e, recorrendo a todo o auto-domínio que fui capaz de conjurar no momento, não me prantei logo à frente dela a sorrir que nem uma parva e fui arejar as tranças para a literatura infantil (manteve-se portanto o tema rosa). Groupie sim, mas com respeito pela Autora (ó aqui a maiúscula). Depois de olhar aí umas trinta e quatro vezes para o relógio e ter ouvido a meneina da Fenaque lembrar o lançamento do livro com um sotaque que me fez sorrir e pensar "ai Rita, tu bês onde te bieste enfiare, muôça?" umas duas vezes, fui sentar-me na segunda fila. Quase à frente, que não queria perder pitada, mas com a timidez necessária a quem não anda por estas lides de lançamentos de livros.

Sentei-me, olhei para a Rita e, ó meus Deus, ela olhou para mim e rasgou um sorriso. Pensei imediatamente que me confundiu com alguém mas entretanto percebi que não, que estava mesmo a olhar para mim. A sorrir. Para. Mim. Sorri de volta e, claro, apaixonei-me um bocadinho (esta cena da blogosfera está a despertar a lésbica que há em mim, por exemplo, e mantendo o tema "Rita", tenho uma major girl crush pela Rita Dantas -- quem não tem?).

O resto da minha paixão veio quando, depois de fazer o primeiro lançamento de livro com filho ao colo (o puto é uma ternura, parece um anjinho barroco de beijinho em riste), a Rita se sentou, primeiro comigo enquanto autografou o meu livro e os da Sónia e da Cátia), e depois connosco, num grupo que também incluiu a Marília e a Maria João, e conversou um pouco sobre si, a sua fan-base nortenha que por ali ficou em adoração e conversa.

A Rita é o que escreve e é como escreve, alguém que eu convidaria para um almoço à beira-mar e para uma noite de copos, idealmente seguidos. Uma porreiraça em cor-de-rosa que eu gostaria de amigar. Porquê? Porque vi nela o reflexo do que eu quero ser: alguém que malabarisma o ser mulher com ser mãe, ser profissional, ser amiga, e ser amante. Ela nasceu em 75, tem dois filhos, e vive no estrangeiro. Check, check, check. Tem uma vida caótica mas ri-se disso. Check. Tem as mamas descaídas, varizes, e celulite. Check, check, check. Dizem-lhe ter quase quarenta anos e ser quase uma senhora, coisa em que acredita mas sente que não, afinal ainda ontem fez 26 e é, portanto, uma miss. Check. E a Rita sorri, sorri muito. Check.

Rititi & Rititi-boy, Fnac do NorteShopping, 20 de Julho, 2013

Rita, you totally rock! Rita, tu és cá do peito! Rita, quando eu for grande quero ser como tu!

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Efemérides da vida de uma mãe

O meu filho de nove meses disse há dias a sua primeira palavra inteligível, "mamã", coisa mais fofa. A irmã também se estreou nestas lides linguísticas mais ou menos com esta idade com um muito meigo "iche", referindo-se à cadela de uns amigos, a Alice

Conclusão: ainda bem que o puto não conhece a Alice.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Hoje vesti-me de mim

Dizia o email com o documento anexado que havia uma vigilância para fazer (uma vigilância é quando um professor vai dar um exame e outros tantos vão para a sala, com um semblante mais ou menos carrancudo, eu confesso que tenho dias, sou como os interruptores e tanto estou para cima como estou para baixo, vigiar o exame, ou seja, tentar, e aqui friso o tentar, evitar que os alunos caiam na tentação de copiar, coisa que eu nunca fiz usando uma cábula, sou demasiado atada para isso, fazer o quê, não é defeito, é feitio, mas sempre fui menina de dizer as respostas aos colegas, sue me*) e eu vim fazê-la. Fui até à sala e entrei, feliz, semblante em adequação, não houve fingimento ou tentativa de manter uma distância artificial com os alunos, já me deixei disso há muito tempo. Ajudei o colega a distribuir as folhas de exercício, distribuí dois montinhos de exames por dois cantinhos da sala, e finalmente ajudei a preencher uma folha de presenças (ofereci-me para as duas). Por alguns minutos voltei à minha vida, como se estes meses de maternidade que tenho ocupado não me pertencessem completamente e em mim estivesse mais enraizado o cheiro a giz e da caneta do quadro branco do que o da fralda ou do creme lavante da Mustela. Sinto falta de tudo isto e da pessoa que sou quando estou aqui e soube-me bem vestir a farda (ainda de que sapatilhas com brilhos).

Adenda que não tem nada a ver mas deve ter qualquer coisa porque me apeteceu escrever e por isso tomai e lei (ou não, mas ide em paz de qualquer modo): Pergunto-me se serei feliz quando deixar de ser professora em Portugal e tenho medo do futuro. E não quero ir, quero ficar. A consciência de que é um livro novo que não começo e não somente uma página que vou virar assusta-me. E por isso escrevo aqui, onde o aqui é simultâneo no blog e à secretária do gabinete. Daqui a uns anos voltarei aqui e saberei. E lembrar-me-ei que são horas de fechar o computador e ir para casa, as duas crias oblige(m?).

*Don't call me Sue!

terça-feira, 28 de maio de 2013

Felicidade domingueira

Aveiro, 26 de Maio, 2013

O Rui Veloso canta, e perdoai-me se é a outro que se deve este dizer, que não se deve voltar onde se foi feliz. Talvez por isso este Domingo eu tenha sido feliz em Aveiro e não tenha procurado a felicidade em Espinho. Até porque faltou um membro à comitiva original, que diz ficou a trabalhar, e eu acredito, eu acredito!, e dois novos se lhe juntaram. Seria necessariamente diferente e não foi melhor nem pior, muito pelo contrário. Foi perfeito.

quinta-feira, 21 de março de 2013

É o fim de um ciclo (e dos cocós sem cheiro insultuosamente nauseabundo)

O meu filho comeu a sua primeira colherada de papa. Cerelac, naturalmente. Ao preço do ouro cá pelo deserto, mas há que o europeizar desde cedo e treinar-lhe as papilas desde o primeiro queixo lambuzado.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Liberdade, uma definição

Depois de duas semanas de tortura, perdão, de férias escolares, a miúda finalmente regressou à escola. E foi, pela primeira vez, o dia todo, ou "full day", que vai das 8:00 às 14:45.

Podia ter intitulado o post de "Sossego, uma definição". Estaria igualmente correcto.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

De fresco

Naquele que é o primeiro dia do ano, e o primeiríssimo post do ano deste estaminé, um espectáculo de fogo-de-artifício que me faz acreditar que nem sempre o amanhã é longe demais.

Em Abril de 2011. Uau, foi em Abril de 2011!