sábado, 21 de março de 2015

Sempre como os interruptores, ora para baixo, ora para cima

Há dias
Há dias em que julgamos
que todo o lixo do mundo
nos cai em cima
depois
ao chegarmos à varanda avistamos
as crianças correndo no molhe
enquanto cantam
não lhes sei o nome
uma ou outra parece-me comigo
quero eu dizer:
com o que fui
quando cheguei a ser luminosa
presença da graça
ou da alegria
um sorriso abre-se então
num verão antigo
e dura
dura ainda.

(Eugénio de Andrade)

Estava triste mas depois fiquei menos um bocadinho. Eu volto e explico, prometo. Até tinha escrito um texto sobre isso ontem mas fechei o computador e com ele varreram-se as minhas palavras para debaixo de um tapete feito de cabos e bytes. Tinha vídeos e links, estava um luxo--não estão sempre?

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