Mostrar mensagens com a etiqueta Segmento educativo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Segmento educativo. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 21 de março de 2014

Falando cientifiquês

Estava na casa-de-banho quando ouvi marido dizer a mamãe "I am working, I am writing a paper".

Mais tarde, em conversa, mamãe diz que marido não queria tomar conta do bebé porque estava a trabalhar, estava a escrever um papel. Estou quase a rebolar de tanto rir.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Tanto tempo desaparecida e voltas para falar de gulodices?

E há lá melhor assunto?!
Miss ocupated, tão ocupated... os gajos do departamento escravizam-me!
Se me conhecesses saberíeis que digo isto com tom jocoso e acompanhado de um ar de gozo, não o digo maldosamente.
Digo-o, contudo, e apercebi-me disso a semana passada, com uma pontinha (um novelo inteiro) de arrependimento por ter voltado. Também por aquilo que o departamento me está a fazer (ou que eu deixei que me fizesse, coisa talvez pior, pois que aguentar com a frustração por não me ter defendido melhor, por ter deixado que me pisoteassem e se aproveitassem da minha boa vontade deixa-me ainda mais frustrada). E fundamentalmente, por o meu patrão me ter cortado os tais 22.453% de ordenado anual.
Mas voltando ao que me dói na alma...
Não é trabalhar muito, por favor não me interpretais mal, coisa que até gosto bastante de fazer. Aliás, foi fonte de grande satisfação constatar que ainda consigo, que ainda sou capaz, capacidade de que, dois anos integrais dedicados à maternidade volvidos, duvidei com todas as minhas forças. Como me angustiei a este propósito...
O que me faz doer o coração é ter visto a distribuição de serviço docente e ter constatado que, a seguir a um colega absolutamente fantástico e com uma produtividade que vale por pelo menos quatro excelentes profissionais -- ainda por cima um gajo porreiríssimo! -- sou a que tenho mais horas de serviço. De todo o departamento. Tenho cinco disciplinas ao todo, todas diferentes, e três delas novas. Trabalho que nem uma brutinha, sou eu e a produção de bolos em série do Continente (Zitinha, eu juro que não provei, mas até têm bom aspecto...).
Os que estão mais por dentro do assunto poderão lembrar que estou a acumular serviço docente, que não estive cá no primeiro semestre. A esses respondo que, em primeiro lugar, não estar cá não significa que não tenha trabalhado, afinal os três papers que estão na secretária do Barry à espera que os leia/corrija/melhore não se escreveram sozinhos, e nem os textos de apoio que escrevi para uma cadeira caíram do céu, antes fosse. Em segundo lugar, não sou caso único, outros houve a acumularem o serviço. Outro argumento, esse já válido, é que havia débitos (dívidas de horas lectivas) e que havia de pagar. Respondo agora que sim, infelizmente tinha débitos, como tantos outros colegas, mas o que não havia necessidade era de agora ter créditos (horas a haver).
Outra coisa que irrita até ao tutano é que o ECDU, o tal do estatuto da carreira docente universitária (chiiiique!), diz que as horas leccionadas depois das 20:00 valem por hora e meia. Viste-las!? Nem eu, dizem-me que o "departamento não faz" (que se lixe a lei). E ensino cinco destas. Fazei contas...
Fora estas questiúnculas há outras coisas que me estão a doer. São cinco. Cinco dias por semana que estou longe da minha filha, da minha boneca. Vou para a universidade à Segunda ao fim da tarde e só chego na Sexta à quase uma da manhã (tenho ensinado até às onze da noite). Vale-me mamãe, que é melhor avó e mãe do que eu conseguiria ser. Abençoada seja madame e sua ternura para com nossa menina.
Bolas, chega de queixas. Vou mas é trabalhar que amanhã dou aulas até às dez e meia (da noite) e alguém tem de as preparar...
I'll be back! Jeito Terminator para dar mais pedal...

P.S. Não aceito boas e devidamente justificadas defesas para o comportamento do departamento. Só quero comentários que me amaciem o pêlo e digam que estou repleta de razão. Estamos entendidos? Merci!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Amizade, uma definição #2

Hoje dei por mim a dizer a uma amiga daquelas que não é do peito porque me tem toda, incluindo mãos, pés, e cabelo, enquanto ambas nos desculpávamos com a falta de tempo que nos levou a prometer durante a tarde de ontem que "daqui a dez minutos falamos um bocadinho" sem que esse bocadinho tivesse chegado a vias de facto, que se o poeta afirmou ser urgente o amor, também é urgente a amizade, pois que
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras. 
(Eugénio de Andrade)
Todo um dia é mais feliz quando estou com os meus queridos.

sábado, 11 de junho de 2011

Maria Bê volta à escolinha para aprender a conduzir #2

Acabei de almoçar e sentei-me no sofá a bebericar o meu café. No pires pousado à minha esquerda estavam as três bolachas que faziam parte do brinde que foi oferecido à minha filha hoje de manhã, na festa de aniversário. As bolachas, feitas com ingredientes orgânicos e sem glúten por causa da intolerância alimentar da aniversariante, tinham pouco açúcar, mesmo como eu gosto, e souberam-me a bolachas de manteiga. Duas em forma de cão, uma em forma de osso -- o tema eram os dálmatas, foram o acompanhamento perfeito para aquela água tingida que me sabe bem e que eu chamo de café (ainda chega a ser transparente, por isso acho que só mesmo eu a apelido de café, até com o chá sou assim, gosto dele fraquinho ou o sabor intenso torna-se ácido para este meu palato tão delicado).
Sabia que tinha de ser rápida, afinal a carta que o Phoenix Municipal Court me escreveu e que só hoje fui buscar à caixa do correio avisou-me de que o curso tinha -- e tem! -- de ser completado até ao dia 14 (eu pensei que a court date era a 27 de Junho, mas afinal é a 23, vi mal na multa -- eu não gosto de olhar para o papel, dá-me nervoso, ficam-se-me os pêlos dos braços eriçados, e eu sou gaja com muito pêlo no braço, felizmente que é lourinho e não se nota muito. E que se notasse... O curso tem de ser completado até sete dias antes da court date, daí a minha celeridade (agora, porque até há pouco era nenhuma).
Lá me levantei e vim para o escritório. Peguei nas duas almofadas do IKEA, a cinzenta do anjinho e a branca com desenhos de folhas, pu-las atrás das costas na cadeira que o marido tão gentilmente me cedeu mas que é grande e por isso incómoda, fiz um espreguiçar mental, liguei a RFM e, resignada porém ainda zangada, propus-me ao trabalho.
O site começa com uma descrição do curso. Leio na diagonal, percebo que é composto por seis unidades, cada uma dividida em várias secções dependendo do tema. Vários media são usados, deduzo eu, para diminuir o enfado e a frustração de quem cá vem, há fotos, texto, vídeos, e, segundo eles, links para sites com informação importante noutros sites -- mas que raio!?
Mais leio que a conclusão do curso implica aprovação a um "environmental examination" -- mas queres ver que me vão perguntar se eu divido o lixo entre papel, plástico, e vidro, ou se sei as emissões de CO2 do meu carro... Diz que é para haver a certeza de que "you have been actively and carefully reading the text of this course". Blá blá blá... responder acertadamente a pelo menos 80% das questões.
Mas eis que os gajos vão um passo mais longe do que até eu, que cá moro há tanto tempo e estou habituada a algum facilitismo, fico surpresa. Dizem alturas tantas que:

Arizona Traffic Safety course, 11 de Junho, 2011

Então isso quer dizer que só preciso de ler o que está nas caixinhas amarelas? Ainda por cima posso copiá-las para "ensure that you answer the questions correctly" (a bold e tudo!). Depois é só usá-las como cheat sheet (literalmente folha de batota, ou copianço) e bora lá. Lindo!
Entretanto os gajos exigem verificação da multa e da minha identidade, pelo que lá fui ainda mais aborrecida para o scanner fazer a cópia do tal papelinho que detesto ler e da minha carta de condução. Faço o upload. E aparece-me a seguinte mensagem:
"Arizona law requires you to provide us with a copy of your traffic citation form and proof your identity before you may begin using this course.
After submitting these documents you will need to wait for a school administrator to review them. This may take 1 business day. If the documents are satisfactory, you will receive an email notifying you that you may begin the course."
Parece que afinal não será hoje...

[Continua]

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Oração para não partir o focinho dos colegas

Entre as várias manias que colecciono encontra-se a do sentido de humor refinado -- não estou a dizer que o meu sentido de humor o é, notai, simplesmente a reconhecer que tenho a mania de que sim, coisas substancialmente diferentes e que vós, malta que me lê e que é obviamente inteligente, percebeu imediatamente sendo portanto desnecessário este esclarecimento.
Essa mania de refinamento que se estende ao humor faz com que raramente ache piada aos muitos forwards de piadas que diariamente recebo -- pessoas há a quem tive de atribuir quotas (olá mamãe!) ou não faria mais nada do que estar a abrir mails com piadas atrás de piadas atrás de piadas muitas vezes sem piada nenhuma e eu já bufar de frustração (vós também bufais, perdão, ventilais aquando da frustração?).
Mas hoje recebi uma que achei digna de aqui a vir partilhar. Dizendo ter sido enviada por alguém do PS, acho que se aplica a uma miríade de situações (também tenho a mania de que uso palavras diferentes com direito a itálico). Concordais comigo?


Um aparte mais sério.
Esta brincadeira é baseada na Oração da Serenidade, cuja versão completa da autoria de Reinhold Niebuhr eu não conhecia e reza assim:

Deus, concedei-me,
A serenidade para aceitar as coisas que eu não posso modificar
Coragem para modificar as coisas que posso, e
Sabedoria para saber a diferença.
Vivendo um dia de cada vez
Desfrutando um momento por vez
Aceitando as dificuldades como o caminho da paz
Tomando, como Ele fez, este mundo pecaminoso como Ele e, não como eu gostaria que fosse
Confiando em que ele fará todas as coisas certas se eu submeter-me a sua vontade.
Que eu possa ser razoavelmente feliz nesta vida
E infinitamente feliz com Ele para sempre na próxima.
Amém.

Achei bonito.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sabes que te americanizaste um little bit quando... #5: Pedicure infantil

Piggy Paint, na cor Tea Party for Two
Diz que é "natural como a lama"




Quando achas só um bocadinho bizarro que uma menina de ano e meio, mais mês menos mês, tenha as unhas dos pés pintadas. Ainda por cima de roxo, mas é possível que esta minha estranheza advenha do meu andar algo por fora das tendências para a nova estação. Nota mental: ir já comprar a Vogue, a InStyle, e a Allure.
Também me parece que os vernizes, pela sua toxicidade, são pouco adequados a criaturas com menos de um metro e vinte, mas não tive coragem de perguntar à mãe se usou um verniz próprio para crianças. Porque, descobri recentemente, existe verniz não tóxico próprio para crianças, como é o da foto acima (mais informações sobre este verniz em concreto aqui).
Já agora, a expressão "piggy", ou porquinho, é comummente usada para os deditos dos pés, os toes, que não são fingers, tal como o polegar, o thumb, que sendo um dígito não é todavia um dedo, coitadinho...

A gerência desde já pede desculpa aos estômagos revoltados com o uso abusador do diminutivo no "coitado", mas há coisas às quais não dá para resistir. Como por exemplo à fatia de brownie que me espera como sobremesa (acabei agorinha mesmo de almoçar).

terça-feira, 24 de maio de 2011

Arizona, a fauna

Não me lembro de como pensava o Arizona. Acho que o pensava seco, árido. Acho também que o pensava castanho. Não sei se o pensava plano ou montanhoso, não me lembro.
Mas o Arizona é, sendo tudo o que escrevi acima, muito mais. E é muito mais porque é imenso, ainda que seja apenas o sexto maior estado dos Estados Unidos (à frente estão o Alaska, o Texas, a California, o Montana, e o New Mexico). Um pouco mais de geografia... com os seus cerca de 295.000 km2 de área, de todos os estados interiores, o Arizona é o maior. Mais, de toda esta extensão, apenas 15% é propriedade privada, sendo a restante florestas públicas e parques naturais, reservas estatais e reservas para os nativos (por exemplo a tribo Navajo é oriunda daqui).
Em termos de flora, o Arizona é conhecido pela sua paisagem desértica, rica em plantas xerófilas. Plantas quê, perguntais. Xe-ró-fi-las são aquelas plantas adaptadas a ambientes secos, onde a água é escassa. Como cactos? Sim, como cactos.
Alguém falou em cactos?
Salvo erro na Quinta-feira da semana passada, ao chegar ao canyon onde moro, vi um daqueles carros enormes mesmo à americana, um SUV, mal parado junto a uma casa. Perto dele, no jardim da casa, estava uma fulana de telefone em riste debruçada sobre um cacto. Demorei uns segundos a perceber a cena. O cacto, lindíssimo, estava em flor e ela estava a fotografá-lo.
Não parei o carro à frente da casa daquele vizinho mas parei à frente de um outro. Aqui estão algumas fotos que tirei.

Cacto com flores amarelas, front yard do vizinho, 19 de Maio, 2011

Flor amarela, 19 de Maio, 2011

Cacto com flores vermelhas, à frente um rechonchudo "golden barrel", 19 de Maio, 2011

Flor vermelha com abelha dentro, 19 de Maio, 2011

Front yard do vizinho, 19 de Maio, 2011

Mas deixem-me dizer-vos que os cactos são bonitos até quando não têm flores.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Escorpiões, o derby continua: A Classificação dos filmes

(este texto explica a classificação atribuída aos filmes do post Escorpiões, o derby continua: Os filmes).


Delicada para com vossas mentes que sou, fui ao site da Comissão de Classificação de Espectáculos estudar os critérios de classificação dos mesmos.
Fiquei logo a saber que a legislação base data de 21 de Setembro de 1982, dia em que monsieur bolacha soprou cinco velas no seu bolo de aniversário (que suponho ter sido de cenoura, o seu predilecto).
Sete anos antes, o 25 de Abril revogara tacitamente o Decreto-Lei n.º 263/71, que regulava a classificação dos espectáculos e divertimentos públicos, pelo que era necessário "regular a frequência de espectáculos e divertimentos públicos por menores e (...) criar mecanismos de defesa do público espectador, dando-lhe a conhecer previamente a classificação do espectáculo e atribuindo-lhe o direito a recorrer da classificação atribuída".
Foram então criados cinco escalões etários, a saber para maiores de 4, 6, 12, 16, e 18 anos. Adicionalmente foram criadas as classificações de "pornográficos" ou "de qualidade" a aplicar "sempre que for caso disso" (art. 2º número 2).
Então e os menores de 3 anos, hã, perguntais vós já curiosos. Amigos, deixai os crianços em casa com os avós, cão, ou periquito (atenção que não recomendo nenhuma destas duas últimas alternativas!) porque os "menores de 3 anos não podem assistir a quaisquer espectáculos ou divertimentos públicos caracterizados pela legislação em vigor" (art. 3º, alínea a). O artigo 4º esclarece ainda que serão classificados:
a) «Para maiores de 3 anos», os espectáculos desportivos e de circo, os concertos musicais e
similares e os espectáculos de ópera e bailado;
b) «Para maiores de 6 anos», os espectáculos tauromáquicos

(...).
3 - Será «Para maiores de 12 anos» a frequência de lugares públicos destinados a bailes populares.
4 - Será «Para maiores de 16 anos» a frequência de discotecas e similares.
5 - Será «Para maiores de 18 anos» a frequência de clubes nocturnos e similares.

(...)
Desculpem, alguém disse espectáculos tauromáquicos para maiores de seis? Devo ter lido mal...
E os critérios, Maria, perguntais já enfastiados desta minha incursão pela cultura. Aqui estão:

Critérios da Comissão de Classificação de Espectáculos

Daí que tenha decidido classificar o primeiro filme de "De Qualidade". Porque artisticamente falando acho que está muito bonito, a cores são muito vibrantes, há muito brilho, nota-se a realização cuidada. Já os filmes seguintes são claramente para maiores de 18 porque eu achei que exploram "formas patológicas de violência física e psíquica". Infelizmente a patologia está toda na minha cabeça, que acho piada a filmar estas coisas e depois vir pô-las aqui. Qualquer dia batem-me à porta uns senhores com um casaquinho branco aconchegado e depois é que vão ser elas...

Escorpiões, o derby continua: Os filmes

Então ó Maria, afinal tens ido à caça de escorpiões ou não? Nunca mais disseste nada, nunca mais cá trouxeste fotos, nem vídeos horríveis de mortes bem matadas, que nisto dos escorpiões os gajos têm de ficar esborrachados até deles não sobrar nada mais do que gosma para contar...
Queridos leitores, respondo eu, andei à caça este fim-de-semana, como adivinhastes? Aliás, andámos, monsieur bolacha e eu, o cavalheiro a manusear o death pole, e eu própria a manusear a lanterna, a fita-cola, e o saquinho de plástico onde religiosamente depositamos os restos mortais dos infelizes que, depois de bem atado, fica no caixote do lixo fora de casa, não vá termos colhido a vida a uma escorpioa e ela ainda por cima andar com os filhinhos às costas, filhinhos esses que podem ter sobrevivido ao ataque.
Faço aqui um aparte para pedir as necessárias desculpas aos mais impressionáveis ou amigos dos animais, ainda que eu já tenha feito a devida ressalva de que escorpiões não são animais. Penso que é uma classificação tão boa como qualquer outra. Por exemplo a minha amiga Amanda, esperta como poucos e dona de uma gargalhada como ainda menos, recusa-se a comer "animais fofinhos". Se, segundo ela, um animal é cute, pronto, lá se vai a janta! Come mais salada, fruta, ou sobremesa, resolvo logo eu a questão, mas isso é porque eu sou muito prática e não estou com pieguices. Ora... escorpiões não são animais. Ok, se vos agita tanto assim a guelra, não são animais fofinhos e estamos conversados. Daí que... perdão, almas caridosas.
E vídeos, há? Há, pois. Desta feita, em graus de repugnância crescente. Temos um para todas as idades, religiões, filiações políticas e clubísticas, e depois temos dois interditos a cérebros mais impressionáveis.
Delicada para com vossas mentes que sou, fui ao site da Comissão de Classificação de Espectáculos estudar os critérios de classificação dos mesmos. Achei isto tão interessante que, para não perturbar os mais afoitos por chacinas escorpiónicas, escrevi uma adenda a este post, um "continua" que está publicado em separado, a seguir ou antes deste, depende da ordem por que estão a ler a coisa.

Finalmente, os filmes...

Classificação: DE QUALIDADE
Escorpião na sua vidinha pacata (sugestão: não fiquem apegados):


Classificação: MAIORES DE 18
(ou maiores de 1,50m, o que acontecer primeiro)

Era uma vez um escorpião que, momentos antes, estava na sua vidinha pacata:


Escorpião com patas a mais -- assim pareceu ao monsieur bolacha, a quem vamos perdoar o comentário atentando aos copitos de claret:


Resumindo: Variação absoluta da população de escorpiões aqui de casa: -4. Variação relativa da população de escorpiões aqui de casa: infinitesimal.

Crédito: Escrevi este texto porque li a mais recente entrada da Beijo de Mulata sobre as suas aventuras com bicharocos vários. Que primeiro me fez contar-lhe que em Raleigh, na Carolina do Norte, tive baratas no apartamento do "student housing", em Blacksburg, na Virgínia, tive ratos (que o monsieur bolacha matou todinhos), e agora temos, bem, já se sabe... E que segundo me fez sentar aqui duas horas à secretária. É desta que o marido me põe as malinhas à porta...

terça-feira, 17 de maio de 2011

Dez anos de amestramento

Há momentos em que pensamos "nunca me hei-de esquecer deste momento e celebrá-lo-ei sempre". Um momento. Pode ser um sorriso, pode ser uma lágrima. Pode ser um reencontro, pode ser um adeus. Pode ser um cheiro, pode ser um pôr-do-sol, pode ser uma lua amarela e redonda quase a pousar no mar lá para os lados da Foz, no Porto. Podem ser soluços num balcão de embarque em Lisboa, prestes a entrar para um avião rumo aos EUA, podem ser sorrisos nas chegadas ao Porto.
Hoje venho aqui recordar o momento em que defendi uma tese que foi transpirada, até porque escrita maioritariamente no Verão de Braga, e o júri me congratulou pelo trabalho bem feito. No Domingo, dia 15 de Maio, fez dez anos que terminei o mestrado.
A própria tese?
Um estudo engraçado sobre um modelo extremamente intuitivo do comércio internacional mas que, por razões várias, normalmente não se porta bem quando sujeito a verificação empírica. Desenvolvido pelos economistas suecos Heckscher e Ohlin em meados dos anos 30, e daí que seja chamado de modelo de Heckscher-Ohlin, o modelo explica por que é que os países trocam produtos ou serviços entre si.
Fundamentalmente, os países trocam entre si porque são diferentes, e são diferentes porque diferem, passe a redundância, na quantidade de factores de produção de que dispõem. Não importa se um país é grande ou pequeno, o que importa é que a proporção de factores difira entre eles. O modelo sugere então que os países devem exportar os bens que usam em maior grau o factor de produção em que são abundantes e por sua vez importar aqueles bens que usam em maior grau o factor de produção em que são escassos.
Há um bocadinho de paleio técnico que estou a evitar, mas o cerne da questão é este. Por exemplo, se o Brasil tem bom tempo e boa terra e se os americanos têm malta empenhada e tecnicamente preparada, e se o café precisa de bom tempo e boa terra para que cresça e os aviões precisam de malta empenhada e tecnicamente preparada para serem produzidos, então é natural que o Brasil exporte café e os EUA exportem aviões. Faz sentido, não faz? De acordo com o modelo, se os países se especializarem de acordo com este padrão, o nível de vida de ambos melhora, tendo os países tanto mais a ganhar quanto mais diferentes forem entre si.
A figura abaixo representa o caso de dois países, um abundante em mão-de-obra, o país B, e o outro abundante em capital, o país A, ambos a produzirem jeans, intensivos em mão-de-obra, e telemóveis, intensivos em capital.* O modelo sugere que o país B exporte jeans e o país A exporte telemóveis. Uma vez que os recursos são escassos, os países fazem uma afectação mais eficiente dos recursos dedicando-se a produzir o bem que usa intensivamente o factor de produção em que cada um é abundante.

http://nobelprize.org/educational/economics/trade/ohlin.html

O meu estudo pegou na hipótese fulcral do modelo e aplicou-a ao comércio internacional regional de Portugal com os seus parceiros da União Europeia a, salvo erro, doze. E observei, entre outros, que por exemplo a região Norte exportava maioritariamente produtos do sector têxtil e vestuário, e importava coisas como máquinas e aparelhos, tal como o sugerido pela teoria quando atentávamos à qualificação da mão-de-obra e dotação de capital. Gostei muito do que estudei e ainda hoje me empolgo toda quando falo no assunto.
Se ficaram curiosos, a Nobelprize.org tem um artigo simpaticíssimo sobre este modelo.

*A palavra "intensivo" é um conceito relativo. Por exemplo, se um bolo precisa de quatro ovos e 100 gramas de farinha e um crepe precisa de um ovo e cinquenta gramas de farinha, é óbvio que o bolo precisa de quatro vezes mais ovos e duas vezes mais farinha do que o crepe. Logo, o bolo precisa de proporcionalmente mais ovos do que precisa de farinha relativamente ao crepe, sendo por isso intensivo em ovos (relativamente ao crepe).
Adenda culinária: não faço ideia de como se faz um crepe.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Inspira, expira, inspira, expira, inspira...

Inspira. Devagar, pausadamente. Um. Dois. Três. Quatro. Cinco. Chego aos seis? Seis. Agora expira. Um. Dois. Três. Este foi rápido, compensa no próximo. Quatro. Cinco. Seis. Ainda sobrou um bocadinho de ar, batoteira. Sete. Inspira. Um. Dois. Três...
Também na preparação para o parto foi assim. A minha tão querida Enfermeira Fátima, de cronómetro na mão, monitorizava o progresso das minhas respirações dizendo que o objectivo era chegar a contar até, talvez, treze, ainda que o que importasse verdadeiramente era a viagem e não propriamente o destino. Ainda bem, porque nunca lá cheguei. Houve um dia, um dia só, solitário, sozinho, que cheguei aos doze segundos, mas a minha moda foi onze.#1
Respirar conscientemente não foi novidade para mim, lembro-me de o fazer quando ainda andava no secundário. A verdade é que os testes de matemática me deixavam numa pilha de nervos, e a dada altura percebi que, respirando intensa e pausadamente, conseguia centrar-me. Nem tanto concentrar-me, não era e não é isso. O que realmente acontece quando eu respiro assim é que o mundo pára. De olhos fechados, que já que sou tola também há que o parecer, à minha volta deixam de existir pessoas, deixa de existir mundo. O tempo e o espaço passam a existir noutra dimensão que finalmente me é alheia e me permite encontrar-me no centro de mim.
Mais tarde, durante a prova específica de matemática, com o cérebro em quinta a trautear o "Amor de água fresca", da Dina, e já prestes a passar-me dos carretos com uma prova demasiado longa numa sala demasiado pequena cheia de "Maria José", fi-lo e resultou.
Lembro-me distintamente de o fazer no doutoramento, antes dos preliminary exams. Enquanto os professores organizavam a distribuição das provas e os colegas debatiam a organização anónima das ditas, fui à minha procura e, ao que parece, encontrei-me, porque passei nos dois testes e ainda fui capaz de uma piadola num deles.#2
Hoje de manhã tive de respirar fundo. Duas vezes quase me saía o coração pela boca.
A primeira vez foi quando, ainda de olhos remelentos e mal abertos, peguei no telefone para ver os mails. Na Inbox os comentários ao meu blog. Um da Rita Maria, a dizer que sim, que é ela quem por cá dá um ar da graça, e que graça cá trazes, menina, e outro da I., que com toda a licença veio ao meu humilde estabelecimento confessar que também ela é poupadinha. Fiquei em choque, claro está, que é o mínimo que se pode esperar!
A segunda foi quando, na minha digressão matinal do meu universo bloguístico, vou ler as intenções da Rita Maria, sim a mesma do parágrafo acima, e leio que ela me presenteou com um questionário sobre, à falta de melhor descrição, os nossos livros, aqueles que lemos e relemos e voltamos a reler (sim, querida, sei que o voltar a reler é assim um bocado a modos que coiso). Está doida, a moça! Ó Maria Rita, então não sabes que eu sou mãe e que por cá é mais Rua Sésamo, e cocós, e mãos cheias de terra ou pedrinhas? Mas eu responderei, claro. Certa de que a minha lista será muito menos impressionante que a dela e que a de todos a quem passou a estafeta, mas nem por isso menos escrita com menos afecto.
Agora, se me dais licença, vou ali respirar mais um bocadinho e já volto. Inspira. Um. Dois. Três. Quatro... é desta que chego aos treze...

#1. Não, não rumei a outras praias e decidi ter um blog mais fashion. Moda é, estatisticamente falando -- já vos disse que fui professora de estatística? -- é... a observação que ocorre com mais frequência numa determinada série. Por exemplo, se algum curioso um dia quiser saber o número de bolachas que eu como por dia, e se eu responder que num dia comi cinco, no dia seguinte comi oito, no dia a seguir a esse comi seis, e no dia a seguir comi cinco, e depois desgracei-me e comi treze, depois para me redimir comi três, mas no dia seguinte lá voltei a escorregar e comi cinco... Em primeiro lugar, constatará que eu sou uma grandessíssima mentirosa, porque eu comer menos do que sete bolachas de uma só vez é virtualmente impossível. Não havendo nada a fazer quanto à mentira, em segundo lugar observará que a moda dos meus lanches é cinco, as tais cinco bolachas que eu afirmo, juro as pés juntos, e quem mais jura é quem mais mente, ter comido nesses dias. Cinco foi o número de bolachas diário que eu mais comi nessa semana.
Gostavam de ter uma professora de estatística como eu, não gostavam?

#2. Os preliminary exams da North Carolina State University, também conhecidos como qualifiers noutras instituições, têm lugar no final do primeiro ano, o core year, durante o qual se estudam as disciplinas basilares da economia, microeconomia, macroeconomia, e econometria (daí o nome core). No meu caso, os exames foram só de micro e macro, mas há escolas onde há exames de econometria e mesmo das disciplinas de especialização (economia internacional e desenvolvimento). De quatro horas cada um, os exames são hard core, e qualquer coisa pode ser perguntada, desde a economia mais simples, para testar a nossa intuição, à mais complicada, para testar o nosso conhecimento. Claro está que às vezes há perguntas mesmo maradas cuja finalidade é apenas e só testar o nosso desenrascanço, o que também tem de pertencer ao rol de faculdades de qualquer economista que se preze. Todavia o pior destes exames é que não há nota, há apenas um pass ou fail no final. No primeiro caso, isso significa até ao próximo semestre, goza as férias. No segundo caso, basicamente significa faz as malinhas e xau xau. Há uma, uma só possibilidade de refazer o exame, mas um segundo fail é mesmo have a nice life. Stressantes? Não, que ideia!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Acordo com a тройка

O Fernando e o Luís conversam sobre do acordo com a Troika:


Resumidamente, os dois concluem que...
#1. O acordo foi mais suave do que esperávamos, o que pode muito simplesmente advir de um erro nas nossas expectativas, que antecipavam algo bem mais duro;
#2. Portugal beneficia da experiência dos programas da Grécia e da Irlanda, principalmente dos erros que foram cometidos com estes países;
#3. A inflação em Portugal implica que mesmo que não haja cortes salariais nos verbetes de vencimento, eles existirão na prática, e os salários reais vão diminuir, i.e., cem euros amanhã vão comprar menos coisas do que cem euros no ano passado porque essas coisas estão mais caras. É este fenómeno que o Fernando tem em mente quando afirma que os eleitores sofrem de "ilusão monetária" e que por isso não se aperceberão da diferença entre o salário nominal, o tal nos verbetes, e o salário real, o que determina o quão cheio (vazio?) ficará o seu carrinho de compras no final do mês. Eu não sei se os eleitores são assim tão míopes...
#4. Deixam no ar a dúvida: o PEC4 chega?

No canal economiaportuguesa no youtube há mais vídeos.

domingo, 8 de maio de 2011

Ordenhar o dia


Hoje é dia da mãe nos US. O que quer dizer que, cá em casa, o dia é meu. E já começou com um pequeno-almoço à deux (coincidência) durante o qual perguntei à minha melhor metade "so, what are you going to do on this Mother's day?", não fosse ele planear o seu dia de outro modo que não em torno de mim.
Os americanos têm uma expressão que eu acho apropriada para o que estou a/vou fazer, "to milk", que literalmente significa ordenhar e que no caso em apreço caso significa tirar proveito da situação.
Vou portanto ordenhar o meu dia até não poder mais. Muu!

Nota da tradução: Então, o que vais fazer neste dia da Mãe?

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Economia portuguesa no youtube

Em semana de muita discussão filosófica sobre o estado da economia e sobre as medidas de austeridade que por aí vêm, aqui ficam dois vídeos do canal "economiaportuguesa" no youtube. Pois é assim mesmo, bem à portuguesa, seja lá o que isto quer dizer, um canal sobre a economia. A própria, a portuguesa. A que é de todos nós mas que já não está nas nossas mãos (esteve-o algum dia?). A que tem de apertar o cinto e que, mesmo depois de perder peso, não pode comprar calças novas a bem da poupança. Valem-nos as cuecas, que têm elásticos...
Agora (mais) a sério...
O primeiro vídeo, com propostas para como viver com a crise, emitido pela RTP. Comentado pelo Luís, pelo Fernando, e pelo João:  


O segundo vídeo, sobre as agências de rating e a sua negligência ao ignorar o risco elevado da dívida pública portuguesa. Muito bem explicado pelo Luís:

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Segunda-feira, 18 de Abril, Fogo de Artifício @ Epcot

Na semana passada, a minha Segunda-feira terminou assim, em beleza, com o espectáculo de fogo de artifício IllumiNations: Reflections of Earth, no Epcot. Pois que a vossa Segunda, Terça, Quarta, Quinta, Sexta, Sábado, e Domingo comecem e terminem assim:


PUM!!!!!!!!!!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Blog indecente e quase pornográfico


Um cupcake americano em Londres.
Acho que blogs destes deviam ser proibidos.
Entre tantas outras coisas, são verdadeiros atentados à saúde pública: já avaliastes o perigo que o meu extremo salivar representa para a manutenção de postura bípede de quem tiver o azar de se cruzar com a minha pessoa? Heim? Já pensastes na quantidade de rabos espalmados no chão que se adivinham em meu futuro? Começando talvez pelo meu próprio?

Nota da tradução: eu já vi alguém sugerir "queque" para tradução de cupcake, só que eu penso que não são a mesma coisa. Assim como um brownie não é um simples bolo de chocolate e nem um pastel de Belém é um pastel nata, este último sendo tão melhor (é desta que perco a clientela lisboeta...).
Nota da culinária: este blog tem receitas!
Nota da Maria: nham nham... cupcake com Oreo...
P***s de calças...

sábado, 9 de abril de 2011

Provérbio vindo de longe: O ovo e a pedra


Eu gosto de provérbios, palavra que gosto. E um dia, quando tiver tempo, perdão, mais tempo, porque tempo parece que ainda vou tendo, assim o testemunham as postas que por cá vou deixando dia sim, dia sim senhor, prometo escreverei sobre o assunto. Juro que prometo (hã!?).
Mas hoje, sem grandes delongas, que ter mais que fazer obriga a que evite os rodeios de que também tanto gosto, venho trazer-vos um provérbio africano que encontrei na caixinha de comentários de um blog que adoro e sigo com a ternura de uma visita que já vai sendo da casa e se senta no sofá, não com a pose de menina fina, rabo na metade frontal do assento, pernas flectidas para o lado, costas direitas, mãos pousadas uma sobre a outra -- um dia já me sentei assim, à frente da mãe de um namorado, o que já parece foi noutra vida... e sim de braço aberto pousado nas costas, num quase abraço expectante das histórias a ser contadas entre golinhos de chá e bolachas de canela.
O dito provérbio reza assim:
when talking with a stone, an egg is always wrong.
(em conversa com uma pedra, o ovo está sempre errado.)

E se o ovo for de dragão? Pergunta estúpida. Toda a gente sabe que... E se a pedra for a filosofal?
Está-se mesmo a ver que a parvoeira continua...
Continua...

quinta-feira, 31 de março de 2011

Descobre a Deborah que há em ti


A Kate veio visitar-me, isso já sabeis, que eu publicitei a chegada que foi um mimo.
Todavia o que não sabeis é que a Kate é fã, fã, fã de novelas brasileiras, e é vê-la contente, ora com seu IPhone, ora com seu IPad -- não tens de quê Apple! -- a ver episódio atrás de episódio no youtube.
Pois desta feita a Kate trouxe com ela, entre embalagens de Cerelac, farinha-de-pau, e chá de funcho, a novela Insensato Coração.
E na novela há, entre moços e mocinhas, entre bonzinhos e vilões, há, valha-me Deus, aquela deusa que está a Deborah Secco.
Até eu, meus amigos, até eu quaise lambi as beiçolas de olhar para aquele mulherão. Aquilo é alegria todo o dia, garanto-vos. Aquilo é boa disposição, é saúde, é bem-estar, é boa-forma... E como é boa...
Vai daí, disse à Kate que é desta que sai a Deborah que há em mim -- minus as mamas.
Ele vai ser tirar o rabo do sofá e correr! Ele vai ser dançar mais, cantar mais, caminhar mais... ele vai ser o escambau!
Tudo menos abdicar das bolachas, que uma gaja tem limites.

Adenda pouco interessante: Exige-me a Kate, a quem acabei de ler este post-em-vias-de-publicação, que desde já clarifique que só vê um episódio por dia. Um. Unzinho! Percebestes? U-M!!!!!!!!!!!!!!!!! E não é todos os dias!!!! -- acrescentou.
Ao que por minha vez acrescento: ainda bem, alguém tem de contribuir para o PIB!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Libertinagem gramatical


Nota da redacção: Slutty é um adjectivo de elevado refinamento que visa descrever o tipo de senhora mais dado, e de tal modo dado, que de vez em quando escorrega até à promiscuidade. Pode ser traduzido como "galdéria".
Gosto de começar as semanas assim. Com libertinagem. Pensastes o quê?

domingo, 13 de março de 2011

Graus de Separação & Pergunto-me #7: Como posso jantar com o Brad?

 
A ideia dos graus de separação, também conhecida como "Rede Humana", é a teoria segundo a qual qualquer pessoa no planeta está ligada a outra através de uma cadeia de conhecimentos que não tem mais do que cinco elos.
Supostamente inspirada pelo discurso de aceitação do Prémio Nobel da física por Marconi em 1909, esta teoria, que vai fazer quase um século, foi inicialmente proposta pelo húngaro Frigyes Karinthy em 1929, e desde meados da década de 50 que tem sido alvo de várias tentativas de teste. Por exemplo, há cerca de dez anos, um professor da Columbia University, Duncan Watts, testou as implicações da teoria com uma experiência bastante moderna. Tal como nas experiências que o precederam, Watts enviou um "pacote", só que este pacote era nada mais nada menos do que uma mensagem de email que tinha de ser entregue a um destinatário específico. Ora 48.000 recipientes e 19 alvos em 157 países depois, Watts verificou que o número médio de intermediários era, efectivamente, seis.
A coisa é naturalmente um bocadinho mais complicada, e uma nota importante a reter é que as pessoas não se conhecem sequencialmente, como se de uma "cadeia" se tratasse, mas a ideia base é esta. Fixe, não é?
Agora deixemo-nos de profundidades académicas e vamos ao que (me) interessa: da teoria deduzo que, de um modo ou de outro, eu conheço o Brad Pitt. Ou quem diz o Brad, diz o George, o da família Clooney.
E agora pergunto-me... com quem é que eu tenho de falar para marcar um jantarzinho com um deles?

Notazinha piquena: o Prémio Nobel da física de 1909 foi atribuído, em conjunto, a Guglielmo Marconi e a Karl Ferdinand Braun pelos seus contributos para o desenvolvimento da telegrafia sem fios. Para os mais curiosos, que eu não quero que vos falte nada, informação adicional aqui.