Faz hoje um ano que começou um sonho

Le Rêve, Cirque du Soleil, Las Vegas, Dezembro de 2011

Faz hoje um ano que acordei para mais uma mudança de vida, na altura promessa ainda. Foi logo de manhã, penso que depois do pequeno-almoço. Fi-lo por descargo de consciência, quase por brincadeira, certa do resultado. Mas como o teste já tinha passado de validade e ia para o lixo, era mais xixi no pauzinho, menos xixi no pauzinho.

Mais uma vez, a ideia foi de mamãe: "se calhar estás grávida". O período estava atrasado uns dias, mas ele até nem era muito certo. Aliás, ele era de confiar somente pela sua timidez, desde que tinha deixado de amamentar a minha filha que era quase nulo, por isso já tinha começado a fazer consultas de despiste de infertilidade. Exactamente vinte e cinco dias antes tinha ido fazer uma ecografia para detectar a ovulação, no décimo segundo dia do ciclo, e a única coisa que ela revelou foi a ausência desta (fiquei de rastos). Aproximava-se a hora de ir para Portugal e, bem, com Monsieur Bolacha deste lado do Atlântico fica difícil fazer bebés (dele/com ele). Uma semana depois desta Segunda-feira negra foi Natal, e no meu sapatinho estavam, ao lado das bolachas da praxe, um bilhete para o show Le Rêve, do Cirque du Soleil, em Las Vegas. Com a conivência de mamãe, que ficou baby-sittando mini-bolacha, lá fomos para a Sin City fingir que somos hip e que até viajamos e vamos a restaurantes porreiros.

Dias depois, contra todas as expectativas e num sinal inequívoco de que o que se passa em Vegas nem sempre lá fica, um teste de gravidez positivo. O sonho, promessa de vida, chegou em Setembro, como já aqui partilhei. O meu novo amor, o meu homenzinho. Foi há um ano que começou a espera que agora me sorri no colo.