terça-feira, 22 de novembro de 2011

Portugal, o país dos f

Já nem lembro quando foi que aprendi que Portugal é o país dos três f, que escrevo Fátima, fado, e futebol por respeito à Santa, por respeito à música, e finalmente por respeito a mim.
Eu bem sei que vou ser apedrejada já já, ai valha-me Deus que a moça escreveu um sacrilégio com as letras todas, nem ao menos o novo acordo ortográfico, mais parco nas ditas, lhe assiste, mas eu não gosto de futebol. Não gosto, pronto, e tanto se me dá se o Porto joga em casa, se os adeptos do leonino andam mais verdes, ou se o Benfica assegura a entrada nos "oitavos". Assim como assim o meu coração, e por motivos de amor à terra onde está a estrada que me viu partir, está mesmo é com o Oliveirense (UDO, UDO!!!) e o resto são tretas. Mas é facto reconhecido que nem sei a cor do equipamento...
Serei pedante nisto? Não, amigos, eu explico. É que, no momento em que se formam estas apetências mais futebolísticas, creio eu que na infância ou pré-adolescência, o que importa mesmo é que a idade seja tenra e o espírito facilmente impressionáveil, eu era mais tutus (acho que nessa altura ainda não era mais bolachas, mas quem sabe, não me ouvireis jurar a pés juntos), eu era mais sapatilhas de ballet, eu era mais tudo-o-que-não-metesse-bolas (talvez por ver mal e ter sempre de jogar sem óculos, coisa que não ajudava ao meu desempenho e consequente entusiasmo desportivo). Podia ter dado para aí, pois se calhar podia, mas não deu. Eu era já uma nerd em potência com vontade de ser bailarina e médica e talvez hospedeira nas horas vagas (atenção que nada disto impediria qualquer moça de se tornar fã, adepta incondicional, entusiasta da bola, na verdade os astros só se alinharam para me impedir a mim de me converter -- já disse que eu era mais tutus, não disse, então palavras para quê?).
Mas perdoai-me esta falha, às vezes começo um texto com um propósito muito claro e definido, e lá pelo meio uma intenção de ser breve e depois esfuma-se a vontade perante a necessidade de vir perorar sobre mim mesma. Uns dirão que para isso mesmo serve o blog, outros dirão que nem por isso, e outros ainda estão mais virados para a análise do processo químico que ocorre aquando da deglutição das Petazetas (fantástico de observar aquando da tomada por um canídeo, coisa que apenas se me obrigardes a jurar sob compromisso de honra eu assumirei que já fiz, fora isso "ai que horror!").
Custa-me um bocado que nesta altura do campeonato (ai que expressão tão bem aplicada!), em que o terceiro f devia ser de "finanças" ou de "estamos tramados com f de cama", a atenção se vire para o futebol. Reparai neste snip do Diário Económico que retalhei há minutos e vede bem qual é a notícia mais vista naquele momento:


Talvez seja bom a malta distrair-se deva ser o meu consolo.
Entretanto lá voltei ao jornal e muito me aprazeu constatar que a maioria dos leitores estavam a ler as Soluções que o Governo está a preparar para apanhar quem "foge" ao fisco. Talvez como medida de precaução. Ai eu queria tanto ser trabalhadora independente... bolas, mais um aparte destes e foge-me já a clientela toda ao reconhecer que tenho alminha de índole questionável.
Talvez fosse da hora.

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