sábado, 1 de setembro de 2012

1 de Setembro, 2012

Hoje é dia 1 de Setembro. Eu sei, tenho uma capacidade sempre fascinante de constatar o óbvio. Hoje é o primeiro dia do nono mês do ano, que "deve o seu nome à palavra latina septem (sete), dado que era o sétimo mês do calendário romano, que começava em Março" (assim mesmo, roubadíssimo ao Miguel, em cuja pesquisa confio).

Hoje é também o dia em que a minha gravidez inicia a sua 37ª semana, um obra que para mim é comparável à construção da Grande Muralha da China (sim, aquela que se vê do espaço e não um qualquer muro de um quintal chinês) -- donde se constata a minha também queda para a hipérbole, como vedes. E este é mais um marco em qualquer gravidez. A partir desta data, se o pequeno biscuit decidir nascer, não será mais considerado prematuro. É de dar vontade de desatar aos pulinhos, não é? Infelizmente não posso, mas o meu íntimo está repleto de luz e cor pelos muitos foguetes imaginários que hoje fui lançando. Uma gaja celebra como pode.

A comparação com a Grande Muralha da China não aparece por acaso. É um exagero, claro, mas eu explico. Para quem está de repouso desde as 23 semanas e meia, para quem mal se mexe com medo de despoletar um parto pré-termo, chegar às 37 é obra. E, convenhamos, é uma obra que de certa maneira se aproxima à construção da muralha: pedra a pedra, célula a célula, paciente e diligentemente, vai tomando corpo a empreitada. Como se fosse um puzzle feito de muitas peças diferentes que se complementam e se ajustam para no fim criarem um todo coeso e funcional.

Se estou satisfeita por chegar aqui, também estou com vontade de me torturar mais um bocadinho -- olha, também sou masoquista! -- para que o crianço venha apenas depois das 39 semanas. Claro que nestas coisas é a natureza quem sabe das coisas e eu não estou livre de clickar no "Plublish" ali em cima e pouco depois dizer "Honey, take me to the hospital" (ou qualquer coisa semelhante em que a principal diferença estará no modo de tratar o outro responsável pelo assunto). Dois motivos subjazem a esta minha vontade.

Em primeiro lugar, quanto mais longa a gestação, melhor desenvolvidos estão os pulmões e mais maduro está o sistema imunitário do feto. Ora como se isto não bastasse, estudos há (ver aqui, por exemplo) que sugerem haver uma relação positiva entre a habilidade cognitiva das crianças e a duração da gestação, relação esta que se manifesta não só entre crianças nascidas pré- e pós-termo, antes e depois das 37 semanas, respectivamente, mas também entre crianças nascidas em diferentes momentos pós-termo. Quero um puto esperto, pá! Ele até pode sair um bacoco, mas não será por desmazelo desta sua mãe.

Venham as próximas três semanas. I am ready. Or as ready can be. Não é que possa exactamente abandonar o barco nesta altura do campeonato.

3 comentários:

  1. Parabéns! Trinta e sete semanas é obra! Uma das sete maravilhas da era das trinta semanas!

    Quanto a essa história dos pulmões, do sistema imunitário e da esperteza, não te preocupes, que tudo há-de correr bem. Não podemos acreditar em tudo. Uma coisa é maturidade (37 semanas!) outra coisa são estatísticas (tretas!).

    Parabéns outra vez e muitas felicidades!

    (um) beijo de mulata

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  2. Ora muito bem, força aí! Já não falta nada (em comparação!). Ainda hoje perguntei (à do costume) de quanto tempo estarias...

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  3. Que bom que a barreira dos 37 foi ultrapassada e o Maxim já vai nascer dentro do prazo. Tudo de bom para o momento em que vais conhecer o pequenote. Beijinhos! :)

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