sexta-feira, 13 de julho de 2012

Sexta-feira treze

Mamãe foi arejar as tranças ao shopping center dos arrabaldes e volta para casa entristecida. Bem disposta e prazenteira, dispunha-se a excelsa senhora a adquirir um livro sobre o qual tinha lido uma crítica simpática e eis se não quando o abre, mais para observar o tamanho da letra e daí deduzir o conforto visual da leitura do que para outra coisa, e nota, com horror, que o livro vem já escrito  segundo as normas do (des)Acordo Ortográfico. Cabisbaixa, pousa-o na prateleira, e confessa à menina em voz sumida que ainda não é capaz.

Algum dia será o meu dia. Tenho medo. Tenho mesmo muito medo. E por isso agradeço, do fundinho do meu coração, aos autores portugueses que se recusam a ver as suas obras publicadas assim e se mantêm adeptos do português que eu aprendi na escola.

2 comentários:

  1. Já li um assim, o primeiro romance da Alexandra Lucas Coelho. Gostei muito do livro, mas custou muito. Ó se custou.

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    1. Eu ainda não li. E ainda não consigo imaginar o dia. Admiro-te.
      Um sorriso!

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