quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Economicamente brainwashed

Eu queria sentar-me aqui, na cadeirita branca comprada no IKEA, à secretária, também ela branca, e também ela comprada no IKEA, e debitar grandes postas de pescada que entretivessem vossos espíritos, alimentassem vossas mentes sedentas de saber, e fizessem sorrir, se não vossos corações, pelo menos vossas bocas e músculos adjacentes, que é certo e sabido, pelo menos por mim, que sorriso que é sorriso só vale se for até aos olhos e, entre mais ou menos branco consante a cor da dentadura, não for amarelo (nada contra, até acho cor muito linda).
Eu queria, amigos, a sério que queria, mas infelizmente não temos tempo.
Deixo-vos todavia com um pedaço de leitura interessante. Dois, aliás, sobre essa raça de gente que anda aí pelas bocas do povo, algumas bem mais amargas que outras, os economistas (cospe, cospe, blherc!). Na era dos workshops sobre tudo e mais alguma coisa, alguns haveria mais interessantes do que outros, nomeadamente aqueles que nos obrigam a pensar sobre as verdades que temos como absolutas. À maioria dos economistas conviria ler estes dois textos. À maioria da malta que acha ou tem a certeza que os economistas não percebem muito de coisa alguma também. E ao resto, assim como assim.
No primeiro podemos ler, entre outras observações pertinentes, que "[a] economia não tem uma ideologia". Mankiw, o autor desta afirmação, continuou a sua ideia citando John Maynard Keynes, um economista dos anos trinta que é considerado o pai da macroeconomia (adoro esta expressão) e que explicou que "a economia é um método que ajuda as pessoas a pensar de forma correcta e a obter as respostas certas, sem conclusões de orientação predeterminada".
É também de Keynes a expressão "animal spirits", que o Economist gentilmente explica como o nome colorido que simboliza um optimismo ingénuo de que são dotados os empreendedores e que os leva a tomar decisões (assim uma espécie de confiança). De onde vem, não sabemos. O que justamente motiva que busquemos a sua proveniência.
E eis-nos chegados ao segundo texto, que fala de neuroeconomia e de como talvez um dia será possível compreender como as economias funcionam através de um melhor entendimento de como as estruturas físicas do cérebro funcionam. Este melhor entendimento tem o potencial de vir a revolucionar o modo como a economia é pensada pois pode deitar por terra (outra expressão cá do peito) um dos verdadeiros cavalos de batalha (ai outra!) da teoria económica, o pressuposto de que os agentes são racionais e que portanto são capazes de fazer escolhas que maximizam a sua felicidade (que em patuá economês se chama utilidade).
Muito, como diria amantíssimo esposo, neat.
A emissão regular de parvoíces segue dentro de instantes que cremos fervorosamente não demorarem muito. Obrigada pela preferência.

2 comentários:

  1. e eu a jurar, a pés juntos, que "o método que ajuda as pessoas a pensar de forma correcta [seja lá o que isso for]e a obter as respostas certas [seja também isso o que for]"... era o conhecimento histórico!... ;-b

    Beijos de Pombal Big Apple,

    Ruiva

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  2. Ruiva,
    Sem desprestígio para o conhecimento histórico, acho que o tal método que ajuda as pessoas a pensar é pura e simplesmente o científico, cabendo a cada área do saber a sua aplicação e adaptação às próprias idiossincrasias.
    Um sorriso!

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