terça-feira, 30 de agosto de 2011

Proibida a entrada a animais (bichos são bem vindos)*

Ontem, enquanto esperávamos por mesa à porta do restaurante A Broa, em Vilamoura (cujo nome e localização aqui vos deixo com recomendação/súplica de que, se estiverem por perto, lá vão e comam um peixinho grelhado), vi um autocolante que tive mesmo de "fotografar para o blog" (entre aspas porque é uma expressão que, apesar de por cá não se vislumbrar sinais dele, ilustra o pensamento que várias, imensas, incontáveis quase!, me assolapa e que normalmente me leva a fotografar a torto e a direito coisas que depois vão enchendo folders atrás de folders com nomes sugestivos do estilo "fotos para blog", "coisas giras", ou outras variantes que já afirmei mas reitero para os mais distraídos que têm nomes sugestivos, mas que depois, por motivos que eu mentindo digo serem vários mas que de facto não são, são apenas uma mistura mal amanhada de preguiça, comodismo, desleixo, e alguma falta de tempo que eu facilmente venceria se passasse menos tempo a fazer definhar o cérebro à mesma velocidade a que expando o nadegueiro, o esquerdo e o direito, realmente nunca aqui trago, coisa que até muito me incomoda pois que tenho muito carinho pelo meu blog, que me fez muita companhia enquanto nos EUA e me fez conhecer gente muito janota e outra tanta que eu não conheço mas sei andar por aí -- leitor/a de Moçambique, desta feita só para ti um beijo em moçambicano, que é como quem diz um beijo, esperando eu que tenhas notado que tentei cantar mais um bocadinho como suponho serem cantados os beijos por eles ditos e, já agora que cá estou algo despudorada, talvez por escrever em trajos praiísticos, bem beijados).

(Ah, que saudades que eu tinha de escrever estes considerandos que ocupam mais espaço do que as frases com o conteúdo que eu oficialmente quero escrever...)

Ora ontem, enquanto esperávamos à porta do restaurante, algo escondido no vidro algo nem por isso, que os avisos que avisam nossos amigos são, cheios dos quais estão os infernos (coisa que ouvi no CD dos La Union ao vivo -- saudação agora à miúda que eu era aos dezassete anos e ouvia o Lobo Hombre en Paris tantas vezes e mais algumas até me cansar dos repetitivos Play/Rewind/Play/Rewind no gravador/leitor Sony que mamãe me ofereceu a meias aquando dos meus dezasseis anos), vi este aviso ou proibição ou o que seja que eu pensei ser muito útil a alguns bloggers:

Aviso,  restaurante A Broa, Vilamoura, 29 de Agosto, 2011

Não sendo este o texto em que vou discorrer sobre a pobreza intelectual daqueles que vêm ler um blog e deixam, quais animais, comentários escatológicos nos quais insultam o autor dos textos, é este o texto em que afirmo que blogs há que deviam ter este aviso.
Um exemplo que me anda aqui entalado é o do caso do Jorge, cuja câmara regista momentos que me deleitam e cujas palavras, quer de autoria própria quer de autoria daqueles que cita são sempre ternuras que acompanham os instantâneos, que foi plagiado a torto e a direito por quem tem tanto respeito pela obra alheia como pelos folhetos do Pingo Doce (se calhar por estes tem mais, há promoções no arroz e no óleo vegetal que não são de perder). Fiquei tão incomodada que nem consegui escrever nada na caixinha de comentários do blog. Animais. Devia ter-lhes sido proibida a entrada no teu blog, ó Jorge!
E eu que ontem fiquei tão agradada quando, por volta das quatro da tarde, e estando as minhas meninas a dormir a sesta no quarto, me levantei do sofá e, talvez a um metro do aparador, estava a gatita aqui do complexo, felpuda e gorducha que só ela, sentada, talvez a fugir ao calor, talvez não. Entrou assim, sem pedir licença, que se tivesse pedido eu não lha teria dado, e assim me fez sorrir um sorriso que eu sem dúvida não teria sorrido caso a dita licença tivesse sido questionada. I'm not a cat person, que fique aqui claro, mas sou um bicho-person (pássaros não são bicho!), gosto de bichos. Mas há animais que nem bichos são.

*Adenda emparentesiada ao título para clarificar que Maria gosta de bichos, bicharecos, e bicharocos (menos de pássaros, que não são bicho).

4 comentários:

  1. Bem, daqui de Maputo (da cidade das acácias) um grande kanimambo, que é como quem diz obrigada numa da milhentas línguas que neste pequeno paraíso à beira índico plantado se falam, e um grande beijo repenicado também, embora com sotaque bem português, que já na lusitânia praia aqui vinha debicar uma ou outra bolacha.
    Ah, não gostei do aviso - que eu cá sou uma such a cat and dog e mais animalejos que haja person! Mas também não gosto dos verdadeiros animais de 2 patas que tão má fama dão aos outros...

    Beijos das cidades das acácias,

    Ruiva

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  2. Sabes uma coisa?.... não me canso de ouvir Lobo Hombre em Paris ... e traz-me óptimas recordações de tardes de Domingo entre um e outro copo e muita conversa nos Bares da Praia de Esmoriz ...

    A minha intenção era chamar a atenção para a falta de respeito com os blogers em geral... o post saiu-me ao lado porque parece que só falo dos casos que acontecem comigo....

    Jorge

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  3. Ruiva,
    Fica sabendo que sempre te procuro pelas estatísticas do blog (uma vergonha que eu só admito para ti, aqui bem escondidas). Confesso mesmo que uma altura deixei de te ver (Moçambique) e fiquei preocupada, olha para o que me havia de dar (sorrisos).
    Acho que tenho de reescrever o título para clarificar que a entrada a bicho é altamente estimulada, estando apenas vedada a animais.
    Mais, eu adoro cães e gatos, ainda que seja mais cães (é como gostar de bolachas e bolos mas ser mais bolachas). Aos outros animais pá... felizmente nunca me aconteceu ser plagiada (até já copiei umas fotos do Jorge, que o gajo tira fotos lindas como tudo, mas citei-o), só houve um anónimo que logo no início me mandou ir lavar o cão, coisa que eu apreciei pelo modo como reconheceu eu ser uma dog person.
    Mas há coisas que não se admitem...
    Um sorriso para a cidade das acácias!

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  4. Jorge,
    Ai o Lobo Hombre em Paris... ainda hoje toca em qualquer um dos meus MP3, seja ele iCoiso ou não. Lembra-me quando fui acampar, no Verão de 93, e no ano lectivo anterior, em que ia "estudar" matemática para casa de uma amiga e passávamos a tarde a ouvir La Union, na altura em cassete, e a terminávamos a lanchar regueifa de Ul.
    A tua intenção ficou clara, não quis com o meu texto cingir-me a ti. Só que talvez não tivesse reparado no aviso ou mesmo pensado em trazê-lo para aqui se não tivesse lido o teu texto. Fiquei mesmo muito incomodada com o roubo quer das tuas imagens quer das tuas palavras. Espero que possas fazer algo sobre isso, se essa for a tua vontade. O roubo de textos acho que é um fenómeno normal, por exemplo uma blogger chamada Luna que está em Amsterdão (não me lembro do nome do blog), só para te dar um nome menos popular que a Pipoca Mais Doce, já foi várias vezes plagiada.
    Um sorriso que estou a tentar seja menos eriçado!

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