Desde que a minha filha nasceu que não me afastei dela mais do que um par de horas (e quem diz um par diz dois ou três, ainda que não diga quatro). A rapariga tem vinte e um meses e mais uns salpicos de dias, por isso bem posso dizer que há quase dois anos que não me afasto da minha filha mais do que um par de horas. E quem diz quase dois anos bem que pode mandar o quase dar uma volta e arredondar para os dois. Se atentarmos ao tempo da gravidez, então, bom, isso são quase dois anos e meio, mas eu nem quero ir tão longe.
Onde eu quero mesmo ir é àquele cantinho onde pescoço e ombro perdem o nome e se fundem num macio cheiroso do que é o cheiro que é tão dela, afastar os cabelos que teimam em se intrometer entre o meu alvo e a minha boca e assim, delicadamente como quem sopra dentes de leão ao vento para que se vagarosamente se façam à vida, dar o beijo de boa noite enquanto lhe sussurro o quanto gosto dela.
Olá
ResponderEliminarEstou a comentar neste post mas poderia ter escolhido outro qualquer pois o meu comentário diz respeito ao blog, em termos gerais.
Considero-me uma leitora recente e já nem me lembro exactamente como vim aqui parar. Se não estou enganada foi através de um comentário seu num outro blog (Jonas?)
Parabéns pelo blog fantástico. Nem sempre tenho paciência para ler posts longos mas por estas paragens não os perco pois sei de antemão que me provocam quase sempre um sorriso ao fazê-lo. Gosto mesmo muito do seu sentido de humor refinado e da forma como escreve. A forma como fala da sua filha é de uma ternura contagiante.
O seu blog é uma prova de como não são os blogs mais comentados necessariamente os melhores.
Isabel
Querida Isabel,
ResponderEliminar(pois como começar um comentário ao seu de outra forma?)
Muito obrigada, muito mesmo! Se soubesse como fico feliz de saber que gosta de me ler... Volte sempre, que eu gosto muito (lá estou eu com o mesmo muito).
Um sorriso de orelha a orelha!
Na vida há sempre uma primeira vez para tudo e este pequenino afastamento da mini miss Bê é, sem dúvida alguma, bastante inquietante, difícil e loooongo (só dois dias?). Mas, e então aquela história do cordão umbilical ser elástico, onde entra? Ah, já sei: agora é a tua vez... pois ...
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