terça-feira, 12 de julho de 2011

Portugal, cheguei!

[E agora, quem se lembra daquela música dos The Fevers, Guerra dos Sexos, "Cheguei p'ra conquistar o mundo...", da novela com o mesmo nome, emitida em 1983 ou 1984 pela RTP?]
Pois é cheguei/ámos as duas, mini-bolacha e mãe bolacha, ambas as duas (e mais aqueles todos que o avião da TAP, que vinha cheio!, trazia), ao Porto, às oito e pouco da manhã. Mamãe esperava-nos chorosa -- a mulher é dada à lágrima, chora por tudo e por nada, tem o coração ao pé do canal lacrimal, fazer o quê, há quem o tenha ao pé da boca, coisa que até não faz sentido nenhum e deve ser bastante desconfortável olfactivamente falando caso haja um chulé, que aproveito para vos dizer é das palavras predilectas de meu amantíssimo e agora saudosíssimo esposo.
Esperava mamãe duas moças, uma mais portátil que outra, cansadas até à vesícula (órgão que eu não sei bem para que serve ainda que o oráculo da Wikipedia o motive como armazém (palavras minhas), mas que sei pode ser tirado e depois a pessoa tem de ter atenção às gorduras, coisa que aliás todos devíamos ter a bem do castrol).
Estou rota. A mini-miss, criança endiabrada e que me faz muitas vezes questionar sobre se realmente tenho what it takes para ser mãe, pois que dou por mim a querer rifá-la um grande número de birras ao dia. Anda impossível a catraia, aquela coisa dos "terrible two's" e que eu pensava ser uma urban legend veio morder-me as carnes da traseira onde me sento. Quer chacha (bolacha), não quer chacha, quer áuei (água), não quer áuei, quer o Iche (coelhinho), não quer o Iche.
Hoje, perdão, ontem, não quis calçar as sapatilhas, de modo que andou o dia inteiro em meias (ainda as tirou umas vezes, mas não teve grande sucesso e calcei-lhas imediatamente. Depois não quis dormir. Nunca! Nem mesmo com o Benadryl a gaja deu um ronco que durasse mais de um quarto de hora em cada voo (o primeiro de quase cinco horas e o segundo quase sete), para um grand total de cerca de vinte minutos. Já vos disse que desde que saí de casa até que aterrei no Porto foram dezanove horas? XIX? 19!!!!!!!!!! Sabeis o que é que uma criança assim faz à cabeça de uma mãe?! Alturas houve em que eu, debatendo-me com uma criança-virada-enguia que escorregava qual peso-morto pelas minhas mãos, só me ria -- parece-me sempre bem, a cria a esgoelar-se e eu a rir-me. Resultado: as meias, que nasceram brancas, estão no saco do lixo, e o sono, bom, esse dorme-o agora. E eu também vou dormir.
Até amanhã!

P.S. Já marcharam cinco bolachas Shortcake do Modelo, que mamãe comprou só para mim.
P.P.S. Criança-bolacha gosta mais de mamãe de Maria do que da própria Maria, não raras vezes preterindo o colo desta última, para sua tristeza mas grande alívio. Ahhhhhhh. Estou como Calvin quando começaram as férias, já sinto o cérebro a encolher, só que eu em vez de ser o cérebro é a responsabilidade total sobre o bem estar da minha pessoa pequenina que o paizinho também ajuda a criar mas de quem foge a sete pés quando a fralda se cheira a um metro. Homens...
P.P.S.E. Gostaram do excesso do inglês? Estou a treinar para ser uma emigranta bem estereotipada, não quero desiludir alminha nenhuma da minha fan base. Ouvida em emigringlês, no aeroporto em Newark: "He has the mala!"
P.P.S.E.^2. Gostei do emigringlês.
P.P.S.E.^2.explicado: O acento circunflexo usa-se, aquando da escrita em linguagem matemática, enquanto potência, por exemplo 2^2=2 ao quadrado=4, ou 3^2=3 ao quadrado=9. Se pelo contrário quisermos escrever a raiz, ou seja o conceito inverso da potência, usamos o número inverso, por exemplo a raiz quadrada escreve-se 9^1/2=3 ou a raíz cúbica, 8^1/3=2. Já agora, para ver se perceberam mesmo (ou se lêem as minhas notas/postas até ao fim, quanto é 8^(2/3)? Uma bolacha Maria ao primeiro a acertar.

1 comentário:

  1. Bem Vinda ao país onde as conversas do dia/semana/mês são "os senhores da troika" e o corte no subsidio de Natal.
    Mas como para o Natal ainda falta algum tempo e como eu sou uma gaja cheia de optimismo... Vamos lá viver!
    Beijos para ti e para a mini-bolacha que eu estou ansiosa por vê-la!

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