segunda-feira, 13 de junho de 2011

Acham que desista?

Já foi há uma dúzia bem contada de dias e ainda nada. Acham que desista?
A seguir, a mensagem que enviei ao Editor-in-Chief (ena pá, a mim não me dão títulos destes!) do Portugal Daily View, o Vítor Matos (vmatos@portugaldailyview.com).

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Exmo. Senhor
Vítor Matos,

O meu nome é ***** e sou doutorada em economia pela North Carolina State University, nos Estados Unidos da América, onde resido actualmente. Sou também Professora Auxiliar no **** da *****, em *****, mas escrevo-lhe a título pessoal. E estou a escrever-lhe a propósito do site de que é Editor-in-Chief, o Portugal Daily View.

Começo por lhe dar os parabéns pela ideia de criar o PDV, que creio vem preencher uma lacuna grave ao nível da informação disponível sobre Portugal em inglês.

Penso todavia que a execução do PDV é seriamente deficiente. Refiro-me especificamente à fraca qualidade da maioria das traduções dos textos, nos quais o inglês é básico, tosco. Em várias notícias as traduções parecem produto de um tradutor online automático, não atendendo às especificidades de qualquer uma das línguas, a portuguesa do texto original e a inglesa do texto final.

Dou-lhe como exemplo o texto da notícia "Campaign; Socrates Attacks Passos for Invoking Support from Abroad", genericamente assinado por PDV, onde se lê, no primeiro parágrafo,
"The secretary-general of PS, José Sócrates, considered today “extraordinary” that the PSD leader invokes as an “electoral argument the fact that he has support abroad” and not in the country."
No texto original, da Visão, lê-se
"O secretário-geral do PS, José Sócrates, considerou hoje "extraordinário" que o líder do PSD invoque "como argumento eleitoral o facto de ter apoio lá fora" e não no país."
Como pode constatar, a tradução é literal.
Uma tradução alternativa seria, por exemplo,
Today, the secretary-general of the Socialist Party, José Sócrates, characterized it as "extraordinary" that the leader of the Social Democratic Party should use his support from outside the country as an electoral argument instead of that from inside the country.

A falta de qualidade do inglês é particularmente notória no blog Lisbon Story Teller, da autoria da Marta Rebelo. Não pondo aqui em questão as qualidades de escritora da autora do blog, vejo-o como um péssimo exercício de composição. O inglês está muito mau, e qualquer professora de liceu lho poderá confirmar. Tentei mostrá-lo ao meu marido, americano, também doutorado em economia, e com uma especialização em literatura aquando da sua licenciatura, e ele recusou-se a lê-lo depois das primeiras frases. Está muito, muito mau e eu peço-lhe que o retire do site até estar corrigido. No que me diz respeito, o blog retira toda e qualquer credibilidade ao site, que já de si padece de um nível de inglês muito baixo.

Mais uma vez afirmo que acho o projecto do PDV muito interessante, pelo que espero que entenda a minha mensagem como uma crítica construtiva, uma sugestão de melhoramento.

Com os meus cumprimentos,

*****
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Vítor, pá, num havia necessidade! Tinhas-me mandado dar uma volta, ir apanhar ananases, dar banho ao cão, sei lá! Agora o silêncio deixa-me ressabiada, chateia-me, irrita-me até ao tutano.
Se calhar não devia ter dito que o inglês era "tosco" e sim "pouco polido". Há gente que se melindra facilmente. Talvez tenha sido isso...

3 comentários:

  1. Eu não te disse para esperares sentada?

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  2. Na construção da tradição dos 2 comentários de rajada, lembrei-me disto....

    Escreve-lhes em inglês, e tudo o que substituíste por asteriscos muda para nomes ingleses ou americanos... University of Harvard e coisas desse géneros. Se forem mesmo portugueses, são mais sensíveis (e subservientes) a esse tipo de discurso :)

    Podem não perceber..... mas acho que o inglês deles deve chegar para isso :)

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  3. Jonas,
    Eu ainda tentei desfiar pr'ali umas medalhas e condecorações, mas o que são os meus títulos perto de um "Editor-in-Chief"?
    Infelizmente acho que escrever em inglês e com títulos ainda mais pomposos (hum... a Amanda doutorou-se em Harvard... se não fosse ter vergonha de embaraçar o meu país até era gaja para lhe mostrar...) não redundaria em nada.
    É pena, a ideia é tão gira.
    Um sorriso madrugador!

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