Mão pequenina de dois meses em mão de mãe, 30 de Novembro, 2009 |
Duas mãos na caixa dos lápis de cera (os tais que são saborosos), 23 de Maio, 2011 |
Há muito muito tempo, nem tanto que fosse ainda uma criança mas o suficiente para me permitir começar o texto desta forma, ouvi uma frase que ficou comigo para todo o sempre. Eu não era ainda mãe, e nem sequer pensava em ter filhos, afinal foi há muito muito tempo, mas a frase pareceu-me, dentro da minha ignorância, adequada.
Não consegui memorizar a frase, e muito menos quem a proferiu, mas os deuses do google têm piedade destas almas desmemoriadas e basta um cheirinho da frase que eles vão lá e felizmente voltam trazendo em seus bits e bytes as pérolas que procuramos.
Há muito muito tempo eu ouvi dizer ou li, o que redunda no mesmo, que
Making the decision to have a child is momentous. It is to decide forever to have your heart go walking around outside your body.*
Elizabeth Stone
Hoje, quando vejo a minha filha caminhar, ou correr, ou dançar, ou sorrir, ou chorar, ou berrar "papá!" numa voz tão esganiçada que até dói, sei que sim, e que o meu coração, aquele que batia somente no meu peito, passou a andar por aí, a caminhar, a correr, a dançar, a sorrir, a chorar, a berrar "papá!" numa voz tão esganiçada que até dói.
O meu coração multiplicou-se e passou a bater em dois, um pedacinho que está aqui dentro da minha caixa torácica e faz o grandessíssimo favor de bombear sangue pelas veias e artérias que fazem autoestradas no meu corpo, e um pedacinho que a minha filha aperta na mão quando caminha, quando corre, quando dança, quando sorri, quando chora, quando berra "papá!" numa voz tão esganiçada que até dói.
A minha filha faz hoje vinte meses.
*A decisão de ter um filho é imensa. É decidir deixar que o coração caminhe fora do corpo para todo o sempre. É mais ou menos isto, que eu para as traduções... De muito bom grado aceito sugestões.
Estou totalmente de acordo.
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