sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Rubrica das Sextas-feiras #2: Movimento Associativo Renovador dos Sofredores Anónimos de Pornolalia

[Movimento Associativo Renovador dos Sofredores Anónimos de Pornolalia]

Vejo por essa blogosfera afora que blog que é blog, independentemente de a lealdade do autor, neste caso da autora, ir mais para os bolos ou mais para as bolachas, tem rubricas semanais. Pois o meu blog, que fez ontem ou anteontem, nem sei, duas semanas, também tem uma rubrica semanal. E essa rubrica é à Sexta-feira. Parece-me bem que seja à Sexta-feira.
A Sexta-feira é um dia bonito, é um dia que já cheira a fim-de-semana mas não fede a Segunda-feira, porque infelizmente a Segunda-feira é um dia tramado -- estou pr'áqui a segurar-me para não fazer um trocadilho com o "fede" que vocês nem imaginam, o que até viria muito a propósito.
Etiquetei a rubrica das Sextas "oS nossoS HermanOS", cujo nome sugestivo ainda que pouco criativo profetiza que seja sobre o Herman José - quem é a menina linda que cumpre promessas, quem é? Se na semana passada, fazendo jus à mudança de nome aqui da confeitaria, trouxe à cena o cromo José Severino, o tal que "é mais bolos", naquele que foi o primeiro trecho da rubrica, esta semana trago aquele que (penso) é um dos sketches favoritos da malta. E se não é da malta, pelo menos é um dos meus, arranca-me gargalhadas com a facilidade com que como bolachas, com a vantagem de ser menos calórico ainda que cause mais rugas.
Sem mais adendas, aqui trago um clip finíssimo e de linguagem cuidada da rubrica Boião da Cultura. O clip debruça-se (olha que verbo tão lindo para dizer "trata"!, bem mais bonito do que "aborda", que também seria adequado mas, quer-se-me parecer, não tão elegante) sobre um problema gravíssimo que afecta uma grande fatia da população portuguesa sem que esta o saiba, a pornolalia. A pornolalia, para quem não sabe ou recorda, é, como explica o Herman, a incapacidade de estar muito tempo sem dizer um palavrão. O que é tramado, fod@-se!
Eu sou fã do palavrão e quem priva assim mais de perto com a minha pessoa sabe que sou moça que acredita até ao tutano que a língua é um organismo vivo (ainda que o acordo ortográfico deva ir para a put@ que o pariu) e que deve ser usado na sua totalidade sem que haja palavras de primeira categoria, business, ou económica.
Pensemos, por exemplo, na flexibilidade que tem o palavrão: ele é nome, ele é adjectivo, ele é verbo... ele é portanto submisso na sua localização na frase, rendendo-se com docilidade aos ditames do fraseador. Consideremos, por um segundo, o papel do palavrão na ajuda à hipérbole. Qual é a frase que não brilha um pouco mais com a inclusão estratégica de um fod@-se ou um c@r@lho? E convém que não esqueçamos a capacidade, não raras vezes inigualável, que o palavrão tem para resumir sentimento, ideia, ou pensamento (viram que rimei?, não foi acidental), por exemplo no final de um dia impossível, em que até a alma nos dói, um dia nada mais nada menos que "fod$do". No trânsito, então, eu tenho uma ladainha pronta, na pontinha da língua, que sai quando alguém trava de repente, ultrapassa feito estúpido, ou se cola à retaguarda de meu veiculo (coisa que não vai acontecendo cá pelos EUA mas isso é tema para outro post).
Sou portanto entusiasta da obscenidade linguístico-estilística e só não pratico um bocadinho mais aqui pelo blog pelas seguintes razões. Em primeiro lugar, mamãe lê o meus textos e não pôs uma filha na escola e nem a educou, mais ou menos severamente, para andar a escrever asneirolas ainda por cima em público. Em segundo lugar, a pediatra da minha filha de vez em quando anda por cá (eu sei, eu sei, quem me mandou convidá-la, mas eu gosto dela, e ela também tem um blog que eu sigo...). Em terceiro lugar, ainda que só tenha enviado mails a publicitar aqui o estaminé aos meus amigos, não sei bem quem me lê, e isto um dia pode chegar ao computador ou IPhone do patrão e depois é uma chatice. Finalmente, tenho a mania que sou fina e que não digo (e nem escrevo!) palavrões.

3 comentários:

  1. Mais nada!
    Palavras para quê? É uma bloguita portuguesa, com certeza e uma mulher do Norte, carago.

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  2. Amei!
    Quem nunca lavou a alma com palavra dita menos própria que fale agora....

    Já sei... Silêncio total!!!

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  3. Como sempre, fizeste-me rir, que BOM!!!

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