domingo, 20 de fevereiro de 2011

Diz-ciplina: CI-PLI-NA! Hã!?


Leio por aí que os miúdos são imitadores, que é assim que aprendem. É assim que aprendem a falar, seja baixo ou alto, mas principalmente baixo, já que "children should be seen and not heard", que por sua vez vem do tempo em que as crianças não deviam falar na presença dos adultos a menos que interpeladas (e obrigadinha aos queridos que me continuam a gozar com o "aqui em casa fala-se baixinho").
Para os miúdos, que revelam a nossa intimidade com a ingenuidade com que pedem um gelado ou para ir fazer xixi, não há dentro ou fora de casa, momento em que um comportamento é aceitável ou inadmissível. Mas então posso dar um arroto(zinho) para gáudio do avô mas não quando estou sentado na marquesa do senhor doutor!?
Começam portanto os bons hábitos ou comportamentos dentro de casa.
Desculpai-me o aparte, mas sempre que penso em comportamentos ditos próprios segundo os ditames da sociedade ocidental (sim, porque há tantos hábitos diferentes e tão próprios a cada cultura que... esperem!, invade-me num instante a memória a Tao, coleguita de gabinete na NCSU que todos os dias às 10:30, sua hora de almoço, me punha a correr para gabinetes onde as massinhas não fossem sorvidas com uma banda sonora digna de um filme de terror para quem não suporta barulhos à mesa (segundo-parêntesis: eu detesto!, com ponto de exclamação e tudo!, barulhos à mesa, detesto, detesto, detesto!!!!!!!!, fecha segundo-parêntesis) e agora que já vos pus a pensar numa chinesa de metro e meio de altura a segurar numa malga quase ao nível do queixo, de colher em riste a devorar a comida como se não houvesse amanhã, e se não pus devia, vou voltar à minha linha de pensamento inicial). Estava no primeiro aparte, no do antes do parêntesis, no qual vos ia dizer que me estava a lembrar de um amigo de adolescência que explicava que, como não tinha contribuído para a formação das "normas de etiqueta", termo que dizia com o maior desdém de que era capaz (e, está nos livros, adolescente tem uma capacidade para o desdém que é impossível de igualar no mundo dos mamíferos -- e quer-se-me parecer nos dos peixes também, mas já não digo nada sobre os répteis, é ver os camaleões empoleirados nos ranquinhos a pensar, para com os botões que decerto pensariam se os tivessem, vê se me vês (estão a ver a piadinha?!), fecha parêntesis novamente)... então não as seguiria.
Voltando aos bons hábitos, dizia então que aprendem os crianços a andar, a mimar, a partilhar, a sorrir... tudo isto quais macaquinhos de imitação.
Ora como não queremos a mini-bolacha a "peganhar" o sofá com suas mãozinhas cheias de gosma e nem a macular nosso tapete (ainda) tão bege clarinho que é um mimo, já não posso tomar o pequeno-almoço no sofá.
Apetece-me chorar.

3 comentários:

  1. Joana, um dia o Afonso pediu para dormir em casa da avó (uma sexta feira) e nós pensamos logo em jantar-cinema-sair-etc, mas depois, paramos para pensar melhor, e ficamos simplesmente, no sofá, de manta, com mesa de apoio, a comer e a ver um canal que não fosse o Panda ou o Baby First. E nesse momento percebi que já não comia no sofá desde que ele nesceu!

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