terça-feira, 3 de junho de 2014

É nos detalhes que noto que me americanizei

Os de fora notam mais cedo ou mais rápido ou de todo. Há dias, no Facebook, um amigo dizia que eu já agradeço a minha sorte e reconheço os privilégios que tenho na minha vida. Não deixando de ser uma sacanice, típica de um gajo que tem a mania de dizer mais do que deve, é verdade, uma gaja emigra e muda, e isso não é necessariamente mau.

Ora há pouco, ao tentar aprender mais sobre o novo serviço da NOS, e indo formosa e segura até à página da própria, percebi que continuo sem perceber muito da coisa. O que é o cartão NOS, dizei-me. Aquilo lá vem com três asteriscos, promete uma resposta, e uma gaja vai à procura, desce na página, anda, anda, e nada, não dá para ler. Eu não gosto e não quero ter de pegar num telefone e falar com alguém, fazer perguntas, demorar a explicar o que pretendo... eu não quero, pronto. Eu gosto da informação como batata frita, quentinha e pronta a servir. É pedir muito? Eu juro que não, maus hábitos à parte.

Adenda: as empresas portuguesas beneficiariam, aquando da realização destes projectos, de malta com experiência (na óptica do utilizador -- hahahaha!) para aconselhar e tornar mais eficientes estes sites. É quem faz sabe o que é e onde está, mas quem usa nem por isso. É pensar nisso. De nada!

4 comentários:

  1. Ainda estás a pensar nisso? Não sabia que eras de ficar eternamente a remoer.
    Diz-me uma coisa, que já não me lembro, quando te puseste a agradecer a sorte que tens na vida e os teus amigos maravilhosos com quem os teus filhos têm a oportunidade de aprender tanto, fizeste-o em inglês ou português?
    Uma coisa que eu noto é que sou muito mais americanizado quando estou a falar em inglês do que em português. É como se o interruptor se aplicasse a todo o cérebro e não apenas à parte que controla a língua em que falo.

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    1. Não fiquei a remoer, parvo, achei bem observado e retive. Devias sentir-te lisonjeado.
      Sendo uma característica americana este vocalizar da gratidão (Thanksgiving, hello!!!!, a malta a sentar-se toda à mesa a agradecer as bênçãos que tem), sempre me senti muito grata pelas oportunidades que tive na vida. Primeira da família a entrar na universidade, mãe sozinha e divorciada, avô a querer que eu não fosse para a universidade e antes para secretária ou gaspiadeira, para começar a ganhar algum dinheiro... a minha vida é um rol de privilégios. Repara: tenho uma casa com piscina, carros fantásticos, dinheiro para pagar as contas, saúde, um trabalho impecável... a minha vida é melhor do que algum dia ousei sonhar. Como não ser grata?! Agora acho é que os EUA me deram o conforto e à vontade em ser grata publicamente e não apenas em privado.
      Quanto à língua, há conceitos que às vezes quero transmitir e que cuja palavra desconheço ou se calhar nem existe em português. Estou nos EUA há tanto tempo que já não é possível destrinçar o que é Joana.pt do que é Joana.us.
      Beijos, pá!

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  2. Se for como o antigo cartão Zon, servirá para se conseguir mais um bilhete ou um menu no cinema...

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    1. Merci! Entretanto já aprendi o que é, veio cá a casa uma miss/vendedora que explicou tudo em detalhe. Fez sentido e vou mudar, o negócio é melhor.
      Sorriso!

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