quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Variação absoluta da população escorpiónica da casa nos útimos dois dias: -5 (a relativa é insignificante)

Escorpião ao luar brilha sob luz ultra-violeta, Phoenix, 2 de Setembro de 2013

Fica o aviso, este é um post impróprio para cardíacos, animal lovers, e animal lovers cardíacos. Somos gente que gosta de bichos, até temos dois filhos, mas é com particular desagrado que partilhamos o espaço com escorpiões (para os que são novos a este deserto, fica a lição de que aqui onde moro é popular o Arizona bark scorpion, cujo veneno é particularmente doloroso -- é letal somente para alérgicos). É um direito que nos assiste, pronto.

Ontem, como aliás anteontem, Monsieur Bolacha perguntou-me se queria ir scorp hunting. Estava no sofá, enrolada na mantinha (faz um frio cá em casa, bolas para os gajos e para o ar condicionado que gela uma gaja até aos ossos), a devorar mais um episódio de Orange is the new black, mas fui. Sei lá, acho que estas coisas são boas para a intimidade do casal, para se passar tempo junto e isso. Nunca li na Cosmo nem na Maria que caçar escorpiões em conjunto fortalece a relação, mas antes isso que roubar lojas de conveniência e aparecer no "America's Most Wanted, Couples on the Run". Outras coisas haverá igualmente salutares, mas hey, cada uma com a sua sina e com os dates que merece (devo ter um karma muito particular para me punir assim).

Anteontem caçámos dois escorpiões, cada um encontrou o seu, foi bonito, igualdade, média a corresponder exactamente à quota parte de cada um. Ontem já não, o moço encontrou três e matou-os aos três (eu normalmente observo e depois digo "my hero" com uma voz melosa, às vezes ainda sai um "you are sooo brave"). Dessa carnificina há um registo. Um, apenas. Os outros dois escorpiões foram mais traiçoeiros: um estava na nossa porta de entrada e foi necessário conduzi-lo de volta ao Criador antes que ele se conduzisse para dentro da nossa casa. Ó ele aqui (não se vê, sorry):

Escorpião na porta de casa (big no-no!), Phoenix, 2 de Setembro, 2013

O outro estava debaixo de um aloendro juntinho a umas rochas, longe de mim e da câmara. Quando lá cheguei já não havia escorpião para contar a história. Que, bem vistas as coisas, é sempre a mesma e só varia o cenário. O death stick é sempre o mesmo, o método também.

Se continuardes já sabeis, é por vossa conta e risco. Eu avisei, ok? Não é bonito. Não é! Mas it works.

Manuseador de death pole: Monsieur Bolacha; Operadora de câmara: yours truly

Depois digo-vos se encontrei mais escorpiões hoje à noite. Duvido, é dia de exterminador...

2 comentários:

  1. nunca fui muito de bichos, nem os domésticos, e nunca soube o que era sequer ir ao campo ou à terra. nascida e criada na cidade, com muito orgulho!
    bem, nos 4 meses que vivi em Phoenix nunca tive a felicidade de encontrar um ser desses. dava-me um treco.
    já em Vail, passou-me um urso (ainda que criança, vá) pela frente da casa. eu a jantar sozinha em casa com as minhas crianças mais novas e o bom do urso a dar um giro ali no matagal. sim que eu vivia no meio do nada sem uma casinha ao lado e só árvores à minha volta...

    ResponderEliminar
  2. Branca de Neve,
    Sorry pela demora na resposta -- espero que um dia a leias...
    Fizeste-me lembrar um comentário de uma amiga há dias... A A. mora no centro de Phoenix e, ao sair de casa, saiu descalça. Quando lhe perguntei, meio a afirmar, "tu não tens escorpiões, pois não?", ela respondeu, a sorrir, que "não, ali na cidade só há ladrões, felizmente escorpiões não". E... não resisto a perguntar... que fazias tu por cá?
    Um urso!? Uau, isso é que é momento BBC vida selvagem. Entre ursos e escorpiões venha o diabo e escolha...
    Sorriso!

    ResponderEliminar