quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

How old is too old to say "I want my mommy"?

Pedi a mamãe que me fizesse companhia enquanto amamentava o meu filho. Recosta-se na cama, laptop no colo (que chique!), e finge uma atenção desmesurada no que está a ler. Claro que lhe pergunto o que é assim tão interessante. Diz-me que está a ler um artigo do JN, "Avós ficam deprimidos com emigração dos netos". Peço que mo leia mas ela não se descose, diz que não é importante e menciona um outro título relacionado, "Miguel Relvas "orgulhoso" da "nova emigração" de jovens bem preparados". Começo a matutar na macroeconomia desta emigração do Relvas e no post que gostaria de escrever e distraio-me. Ouço-a fungar. Se lhe perguntar o que se passa responder-me-á que são reminiscências da (minha) constipação por isso deixo-a em paz. Emigrar tem as suas benesses mas na maior parte dos dias é tramado com um "f" de proporções bíblicas.

9 comentários:

  1. Tao verdade!
    Infelizmente a vida é assim e acabamos por perder os melhores anos da vida dos nossos.

    Feliz dia

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    1. Ombemua,
      Sempre que me despeço e digo, normalmente no Verão, feliz Natal e um bom ano novo, tenho medo de não voltar a ver o meu interlocutor. Acontece-me especialmente com os meus avós, ainda tenho três mas um perdi assim, nem ao funeral fui. Dói muito. Desculpa, não quis ser macabra...
      Desejo-te um dia fantástico!

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  2. Caramba, acho que me vou repetir, mas aproveita enquanto a tens a teu lado! (Que ela está, com toda a certeza, a aproveitar.)

    Manda um beijinho muito grande à mãe Helena por mim, sim?

    Beijocas

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    1. Mamãe leu o post e o teu comentário, beijo entregue em mão. Ela está a curtir imenso os netos, mas a vida aqui é demasiado diferente e fazem-lhe falta as rotinas dela. Ficará feliz por voltar a casa. Até porque, um mês depois, seguir-lhe-ei os voos.
      Um sorriso!

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  3. Ora aí está o post que ando há uns dias para escrever...

    É verdade que se perde imenso.. mas por outro lado ganhamos outro tanto...

    Jorge

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    1. Jorge, aqui tenho um nível de vida com nunca sequer sonhei, e contra factos não há argumentos. Materialmente, e em particular neste momento, é no estrangeiro que se está bem. Eu em Portugal não sei como me sustentaria e aos meus filhos. Quer dizer, sustentar-me-ia, mas teria de contar tostões, o que até nem tem mal nenhum (?) mas não foi para isso que me matei a estudar. Mas dá uma tristeza...
      Um sorriso!

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    2. E nem era só por aí que eu ia... porque há muito mais para além da parte monetária.

      Eu emigrei duas vezes, uma para lá e outra para cá, é evidente que se os meus pais não tivessem emigrado eu nunca teria tido as oportunidades que tive na vida... mas tão importante como isso, se nunca tivesse saído de cá, não seria de certeza a pessoa que sou... não vou agora é por-me a pensar se seria melhor ou pior.

      Jorge

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  4. Nunca se é demasiado velho para pedir colo, as mães servem é para isso mesmo não é? Eu dou e peço:-)

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  5. O que eu mais sinto falta desta vida de emigrante é da nossa gastronomia. O resto aguento bem. Esta gente não come outra coisa além de sandes e cenouras. E mesmo assim ainda há quem seja obeso. O que eu não daria agora por um bacalhauzinho à brás :)
    Beijos grandes

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