quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A minha outra casa está pronta

E a porta está aberta. Direi mesmo escancarada. Já arrumei a sala, sacudi as almofadas, e pus a chaleira ao lume. Convido-vos a entrar, sentarem-se no sofá fofinho, ou mesmo na poltrona. Quero que estejais confortáveis. Esta casa é, afinal, tão minha quanto vossa, e convém que estejamos todos bem refastelados. Falo do meu novo blog, Eu é mais filhos (tenho uma imaginação fenomenal para nomes, eu sei).

A vontade de o criar é antiga. Esta é, aliás, a minha segunda tentativa, terceira se nos permitirmos uma abordagem simplista. A primeira tentativa foi alinhavada no Verão de 2011, tinha a minha filha dois anos e o meu filho nem plano era. Tinha conhecido a Marilyn Heins num voo para São Francisco, uma pediatra-mãe-avó castiça e autora de livros e artigos sobre educação, e apetecia-me ser para alguém o que ela foi para mim, um ouvido e uma boca sábia (hehehehe, eu sábia...). É que nestas coisas dos putos é bom saber o que resultou para outras mães, truques, estratégias, fintas. Os livros são muito bons e ajudam, mas não há como ouvir a voz da experiência. A vontade foi, todavia, shortlived. Nunca houve tempo suficiente, achei que não teria interesse para ninguém, blá blá blá, off with her head. Do blog, não da autora.

Depois engravidei, tive o pequeno biscuit, e reparei que na minha blogosfera havia muitas mães, algumas grávidas, e outras tantas com aspirações à maternidade (em rigor é uma mão-cheia, mas isso é um detalhe de somenos importância). E assim nasceu a segunda página das bolachas, com o nome do entretanto defunto blog. Fiquei-me pela Golden Rule e pelos dois livros de instruções para grávidas. A vontade, essa, continuou.

Agora que o pequeno bebé já não é tão pequeno quanto isso -- faz hoje cinco meses! -- e que se avistam no horizonte nesgas do que será uma rotina (até já encontrei tempo para ir à fisioterapia e para rever abstracts para uma conferência!), afiambro-me à tarefa. Não sem antes sondar a clientela aqui da confeitaria sobre o interesse da causa. Respondeu-me a Mariana que sim, que vá em frente, que escreva, que tenho ali leitora. Sei que tenho mais uma ou duas, quiçá três, quatro num dia bom, e isso basta-me, sou miss de aspirações modestas.

O Eu é mais filhos é para mães, para pais, para avós, para tias e tios. Para gente que gosta de ler e opinar -- eu, por exemplo, dou indicações fantásticas sobre como educar os filhos dos outros. Regras, conselhos, princípios, dicas, e truques completamente inúteis porque cada filho é um filho e cada mãe é uma mãe. Esta casa fica livre para as outras cenas que me apetecerem. Fica livre para mim, essencialmente, esta trintona bem disposta exilada no deserto. E para as minhas bolachas.

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