Estou no gabinete sentada à secretária, sobre ela repousando os 108 testes de estatística que corrijo com a indolência de quem não o quer fazer. Ouve-se melhor o som do piano que vem do computador do gabinete ao lado do que a Lisboa a amanhecer no meu.
La fora, bem alto, e certamente com galhardia, acabou de cantar um galo.
E agora outra vez. E outra.
Cantou o galo três vezes e eu aqui sentada à espera. Digo-vos do meu milagre daqui a uns dias.
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