domingo, 27 de novembro de 2011

Portugal causa Fado ou Fado causa Portugal?

Toda a (minha) blogosfera fala de fado e eu não quero ser diferente (já há dias dizia ao Luís que tenho espírito de manada (para o que me interessa) e portanto cá estou a mais o fado). Venho todavia partilhar com o pequeno mundo que me lê uma perspectiva ligeiramente diferente, altamente estimulada pelo pedido do Tolan, ontem, de anedotas de matemática, sobre o Bartoon de hoje, e sobre o comentário absolutamente delicioso da minha Cris, uma nerd assumidíssima que é tão linda quão é inteligente (o que, no caso da visada, é mesmo dizer qualquer coisa).


E o comentário brilhante da piquena:
País "Granger-causa" Fado & Fado "Granger-causa" País.
Nota para os menos econometric-inclined: A Causalidade de Granger (ou Granger causality, desenvolvida por Clive Granger nos anos sessenta) verifica-se quando é possível, a partir de valores passados de uma determinada variável, prever o comportamento de uma outra variável melhor do que se fossem usados somente valores passados desta. Uma explicaçao bem mais clara dada pelo próprio Granger:
The basic "Granger Causality" definition is quite simple. Suppose that we have three terms, Xt , Yt , and Wt , and that we first attempt to forecast Xt+1 using past terms of Xt and Wt . We then try to forecast Xt+1 using past terms of Xt , Yt , and Wt . If the second forecast is found to be more successful, according to standard cost functions, then the past of Y appears to contain information helping in forecasting Xt+1 that is not in past Xt or Wt . In particular, Wt could be a vector of possible explanatory variables. Thus, Yt would "Granger cause" Xt+1 if (a) Yt occurs before Xt+1 ; and (b) it contains information useful in forecasting Xt+1 that is not found in a group of other appropriate variables.
Ainda que a causalidade de Granger seja comummente aplicada no domínio da economia, a sua utilidade é bem mais vasta, aplicando-se, por exemplo, no domínio da neurociência para estudar o processamento da informação de uma parte do cérebro para a outra.
Cheira-me que a resposta à pergunta de cariz tão filosófico quanto estatístico do título não anda muito longe da significância exacta da palavra.

5 comentários:

  1. E eu no Facebook feita tonta a tentar descortinar de onde raio vinha a alusão ao Pedro Granger...santa ignorância.

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  2. Rita,
    Se tu soubesses a gargalhada que eu dei agora!!!!! Ah, pá, soube-me tão bem!!!! Vou pôr um link para o post no FB em jeito de explicação.
    Um sorriso mesmo divertido!

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  3. Essa do Pedro Granger é o máximo!!! Também eu dei umas gargalhadas com essa do rapaz e ao mesmo tempo coradita com aquilo que a minha querida amiga Bê escreveu a meu respeito.

    Beijos doces,
    Cris

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  4. Cris,
    A Rita tem sempre umas saídas fantásticas, o blog dela é um dos meus preferidos. E fica entretanto sabendo que não te fiz justiça, querida.
    As saudades de sempre e um beijo sorridente (ou será um sorriso beijoqueiro?)!

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  5. Obrigada pela dica. Terei que passar por lá.
    Um beijo imenso.

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