Doenças, sopas, e coisa nenhuma

Caríssimos que me concedeis uns minutos do vosso precioso tempo e aqui vindes ler as maluquices que eu venho publicar, hoje limito-me a saudar-vos enquanto a inspiração espremida se transforma em coisa nenhuma.
A verdade é que passei mal a noite, acordei às três e vinte da manhã mal disposta como tudo -- tempo que aproveitei para, entre outros, ler os comentários que a manhã no velho continente já vos permitia deixar nas caixinhas adequadas. Acho que ainda não vos disse, mas as minhas manhãs começam tão melhor quando o gmail me cumprimenta com mensagens cujo título começa assim "[Eu é mais bolachas] Novo comentário sobre...".
Mal refeita da insónia que se seguiu, o telefone tocou às sete e dez da manhã. Era um wrong number. Do outro lado dos US, onde já eram dez e dez da manhã, perguntais vós, almas caridosas sempre dispostas a desculpar o comportamento erróneo do próximo. Não, era um número local. Bem se vê que eu não acordei de boa vontade, ainda disse ao pobre coitado do outro lado da linha "do you know what time it is?", e logo eu que sou sempre tão simpática ao telefone... Espera aí, a coitada aqui sou eu!
E pronto, sete e dez da manhã e eu já acordada. A má disposição ainda ali e uma dor de garganta a ameaçar aparecer. E apareceu mesmo.
Por que raio é que eu fico em baixo de forma quando o marido está a viajar, quereis dizer-me? Não é tão mau como ficar doente durante as férias, mas anda lá perto. Qual é a vossa posição sobre o assunto? Não achais mal que mamãe não tenha vindo aqui fazer uma sopinha?
Já agora, aqui fica uma sugestão para uma sick soup: duas batatinhas, duas cenourinhas, uma cebolinha, e um rabinho de boi. Sal q.b., ternura a ligar e desligar o fogão, tempo para se apurarem sabores, e uma massinha de esparguete quase no final da cozedura -- tudo devidamente terminado em "inha" e "inho" porque sem isso as maleitas não vão embora (porque gostam de mim*). Só pela sopa quase vale a pena ficar doente mais vezes.
As melhoras. Obrigada. Não tens de quê. Lá vindes vossas excelências com o "tu"...

*Encosta a tua cabecinha no meu ombro e chora... Aqui.
Não resisto a deixar-vos esta, do mesmo autor, que adoro.