quinta-feira, 28 de abril de 2011

Quinta-feira, 21 de Abril, o Regresso

Fort Lauderdale

Os regressos têm destas coisas. Se começam por indiciar um retorno, sugerem também uma interrupção. Começo por esta, que a semana longe das minhas amigas vai deixando saudades. E se não são mais aquelas saudades que advêm das rotinas partilhadas, tal como os champôs e os cremes do corpo, que cheiram sempre melhor quando são emprestados, são umas saudades mais calmas que advêm das lembranças das gargalhadas, do cansaço dos dias, da fome e da vontade de comer (e de beber uns copos).
Ora então na Quinta-feira passada disse au revoir às minhas amigas no gate que fica mesmo à direita do balcão da US Airways, em Fort Lauderdale, FL, todas prometendo fervorosamente juntarmo-nos para mais vacances lá para meados de Agosto. E se às amigas foi um à bientôt, a Phoenix foi um hello. Assim como o foi às ruas de Ahwatukee (ler áuatukii), à minha casa, às minhas coisas, e à minha rotina de há alguns meses. Há coisas boas nos regressos, nomeadamente os abraços que nos esperam. Para não falar nas camas fofinhas e nas toalhas que já conhecem a nossa pele, que eu cá sou doidinha pelas minhas coisas e sou gaja de estranhar tudo o que é cama alheia.
Mas voltando ao regresso...
É tudo muito lindo (a despedida em muito isso, borratada das pestanas mascaradas por entre um ou outro soluço), mas a parte da viagem é uma verdadeira chatice. Ainda há quem goste de andar de avião, mas essas são as pessoas que andam pouco ou quase nunca. Ou então são as que viajam confortavelmente em primeira ou em business - eu aí acho que não me importaria, ou talvez sim, quanto mais não fosse por necessidade de fingimento de um enfado advindo do status de quem voa assim. Sou gaja que gosta de um estereotipo ou quê?
Mas de estereotipo em estereotipo desta feita vim cair no da madame (ler pobre infeliz) que viaja sozinha com a criança filha do diabo. A minha piquena, que normalmente é um doce de criatura, foi acometida de um ataque de doideira que, durante uns bons seis ou sete minutos que me pareceram uma eternidade esperneou, gritou, esticou-se toda, deitou-se no chão aos meus pés, chorou, esperneou mais um bocado, e gritou, amigos, gritou como se não houvesse amanhã. Bem sei que a causa foi a falta de descanso, da naninha interrompida cinco minutos depois de ter começado porque havia uma fralda para mudar e a segurança para passar. Mas caramba, era preciso aquilo tudo? Quase a atirei pela janela fora! Aqui que ninguém nos ouve, para a próxima ninguém me apanha sem a versão infantil do Benadryl, um remédio para as alergias e que eu tenciono usar como sonífero. Uma colherzinha de chá a cada seis horas, a quantidade apropriada para o peso da moça...

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