domingo, 24 de abril de 2011

Nous sommes arrivées

Na valise gargalhadas, alegria, e já muitas saudades. Também uma constipação que ontem me atirou para a cama depois do almoço e me obrigou ao narcótico para controlar a rave que não parava na minha cabeça. Gaja que é gaja é festa todo o dia.
Na máquina fotográfica nada menos do que 928 fotografias. Não esquecer ainda das do iPhone que graças aos deuses da tecnologia também guarda vídeos. E agora, arrumar isto tudo? Ir de férias dá uma trabalheira, essa é que é essa.
O curioso disto tudo é que esta viagem pela Florida acontece precisamente dez anos depois da viagem que nos levou, à Kate e a mim, à descoberta do Brasil. Lembro-me de submeter a tese de mestrado numa Sexta ao final da tarde, em Braga, rumar a Oliveira de Azeméis para fazer a mala e, poucas horas depois, já Sábado, me enfiar num avião rumo ao Rio. Foi nesse dia que aprendi a valiosíssima lição de não combinar Valium, mesmo só meio, com aviões, pois não fechei o olho nem um segundo durante o voo e andei drunfada todo o dia seguinte. Daqui se deduz que não tenho jeito nenhum para as drogas, mesmo as prescritas.
Nessas duas semanas de regabofe a Kate e eu andámos de asa delta porque a miss tinha medo de andar no teleférico rumo ao Pão de Açúcar (ele há gajas que não se entende!), curtimos o calçadão, vimos as Dunas brancas de Araruama, percorremos a Rua das Pedras em Búzios, bebemos mais caipirinhas do que nos conseguimos lembrar, aprendemos a dançar forró em Maceió, tivemos um pneu furado num mini-carro (um Fiat Uno?) cujo depósito estava a perder gasolina, ao anoitecer, cana de açúcar de um lado, cana de açúcar do outro, e nem vivalma por perto (que aventura!), comemos queijo fundido na praia, fomos a Olinda, fizemos praia em Porto de Galinhas onde felizmente não as há...
Dez anos depois a viagem inclui uma mãe, a da Kate, e uma filha, a minha. E da exploração da Florida constaram a Universidade da Florida, em Gainesville, parques de diversão, um da Disney e outro mais dedicado ao peixume, praia em Bal Harbor, uma análise da fauna nocturna de Miami, incluindo a necessária tour pela rua do Versace (ler "vérsásse", mesmo à parola, reminiscências de uma colega de faculdade que tive, mais ignorante e estúpida do que ela e eu sabíamos, e que de tão fina pronunciava "gusse" e "stander"), almoço ao pé da praia, bem à portuguesa, granizados de Piña Colada e de Daiquiri de Morango servidos pela funcionária mais incompetente e ineficiente que eu já vi em toda a minha vida (quase parecia uma repartição de finanças em Portugal), um apartamento de vistas lindas com direito a valet, ginásio, turco, piscina e a 50 metros da praia -- isto, meus amigos, isto sim é luxo!... ah... como gosto do dolce fare niente...
Pergunto-me quem levaremos daqui por dez anos, segura de que nas valises traremos ainda mais felicidade e saudades, dos sítios que visitaremos e de quem somos quando estamos juntas.

1 comentário:

  1. Daqui a dez anos? Está bem, vou esperar sentadita e pode ser que me toque, também. Entretanto tentarei dar uns bordejos por aí, para me ocupar

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