sexta-feira, 4 de março de 2011

Das mudanças e dos teclados


Aqueles que lêem este blog desde o seu nascimento sabem que esta é a sua terceira morada. Ainda que todas a ruas fossem remetendo para o sweet tooth da autora, e aqui peço desculpa pela intromissão do inglês, cujas investidas pelos textos procuro evitar, mas gosto mesmo desta expressão e dizer apenas que sou gulosa não caracteriza bem a minha fixação pelas bolachas, ainda que todas as ruas fossem doces, nenhuma, até à presente, se chamou pelo título do blog, Eu é mais bolachas, tudo juntinho e sem o acento no "é".
À mudança de residência virtual juntou-se uma outra, a de computador. Não deve dar para notar pela caligrafia, mas este piqueno em cujas teclas vou batendo não é o Brutus. Não sei que nome tem, é do maridaço, que gentilmente o cedeu.
Teclo num mui americano Gateway, a marca que nasceu numa quinta no Iowa em 1985 e cujas caixas são branquinhas e manchadas, assim como as vacas, segundo os gajos para prestar homenagem às suas raízes bucólicas, talvez devesse chamá-lo Muuu... Ainda pensei em Violeta ou em Mimosa, mas gosto de ter gajos a trabalhar comigo, acho-os menos dados a crises hormonais e consequentes sensibilidades desmedidas.
Depois de perdida a wireless e de volvidas muitas horas de cabeçadas imaginárias numa parede também ela pouco real, eis que o Brutus desenvolveu um distúrbio alimentar e passou a recusar a tão preciosa electricidade que o alimentava. Sem energia não há pio, não há aquela musiquinha linda do Windows aquando do acordar, não há email nem blog nem notícias, não há Skype nem iTunes, não há nada. Sorte a minha, para além de um computador disponível cá na maison, o susto com a wireless fez-me guardar a informação do disco. Pacientemente lá copiei pastas atrás de pastas, ficheiros atrás de ficheiros. Até me dei ao trabalho de exportar os bookmarks e palavras-passe do Firefox, não fosse o diabo tecê-las e eu ter de usar outro computador para aceder à net.
Pois o demo urdiu-as mesmo e ontem o Brutus deixou-me em plena meia rubrica oS nossoS hermanOS. Terminei o texto o melhor que pude, usando o Muu (atendendo à embalagem, parece-me jeitosa a onomatopeia) e o seu teclado americano sem acentos nem cedilhas. Uma chatice, esperar que o corrector ortográfico detectasse erros e me desse a solução com o acento pretendido ou fazer copy-paste dos á ou à necessários, e sem esquecer os comuns "é", "ão" ou "õe". Uma tremenda chatice, foi o que foi.
Rendida à evidência que o cabo que ontem encomendei na Amazon nem com o expedited shipping vai cá chegar antes de eu me passar dos carretos, propus-me a personalizar Muuu: Muuu tem já Firefox instalado, Muuu tem já os meus bookmarks e palavras-passe guardadinhos para que quando eu chapinhe nas internets ele imediatamente abra o gmail, Muuu está mai' lindo e simpático desde que o background é a foto de Natal aqui do trio maravilha, senhor, madame e mini bolachas.
Todavia Muuu está mais traquina e difícil de usar. Eu explico: uma vez configurado o teclado para a definição regional do português, tudo o que são teclas de símbolos passam a significar outra coisa, um premir do shift+2 passa a dar as aspas em vez do @ esperado, que por sua vez só aparece com o ctrl+alt+2. O parêntesis curvo esquerdo, que em americano está no shift+8, agora está no shift+7, cuja tecla tem, na metade de cima, o símbolo &, que por sua vez tive de ir buscar ao shift+6. Já estão a ver a confusão? Onde está o til, onde estão os acentos!?!?!
Matraqueio as teclas de memória, se olhar para o teclado não faço ideia de onde está o quê. Este acento circunflexo, por exemplo, está no shift+\, a mesma tecla que sem o shift me dá o til.
Entre idas ao ginásio com a mini-bolacha e encontros de stay-at-home mothers, assim se têm passado os meus dias, a maldizer alguns santos, os dos wirelesses e dos cabos da bateria, e a bendizer outros tantos, os da calma (baixai em mim!) e dos discos rígidos (bem hajam!). Achei que iam gostar de saber.
Já agora, o Muuu says hi.

Sem comentários:

Enviar um comentário