Finalmente enchi-me de coragem e convidei o L para aqui vir malbaratar uns minutos.
O L é meu amigo e não devia ser precisa coragem para o convidar, mas é.
Em primeiro lugar, o L escreve que é primor, e é uma responsabilidade p'ra lá de enorme tê-lo a ler-me. Também, o gajo tem um pedigree do caraças, filho de carpinteiro da escrita (termo do próprio) e recipiente de, entre tantos e mais do que uma vez, Prémio Miguel Torga -- até dá vontade de dizer assim também eu, mas não seria verdade, e por isso calo-me bem caladinha.
Em segundo lugar, o L é inteligente que até faz inveja. Acho que é das pessoas mais inteligentes que conheço. Aqui já o imagino a rir... Sim, eu que até conheço o Paul Krugman (apertei-lhe a mão numa apresentação que fez e aproveitei, qual parola, para tirar uma foto, mal sabia eu que o Nobel da Economia por aí vinha), que até me sento à mesa com o V. Kerry Smith, eu cujo marido semanalmente se senta na mesma sala que o Edward Prescott (hey, graus de separação minha gente, graus de separação!) e que também é inteligente que se farta (dir-me-á antes "hardworking, my dear, hardworking", já se sabe que só fala inglês), mesmo assim, acho que é das pessoas mais inteligentes que conheço. E pronto!
Em terceiro lugar, o L tem um sentido de humor do mais mordaz. É rápido no gatilho, e não raras vezes sarcástico que só ele. Mas tem piada, o malandro.
Em quinto lugar, o L está sempre disponível para ajudar um seu amigo em hora de aperto: um dia o L perguntou-me sobre o que era a minha dissertação eu, toda lampeira, disse que para saber se há efeitos dos pagamentos directos. Diz logo ele, sobranceiro "Sim! E pronto, até já a escrevi por ti!"
Finalmente, o L é meiguinho e amigo que só ele. Aliás, foi graças ao L que vim estudar para os EUA, já que foi ele quem martelou até à exaustão a exequibilidade da minha aventura. Se o diploma o devo à minha transpiração, a ele devo a inspiração.
Sabes que mais, L, gosto de ti.
E tenho saudades tuas. Das boas.
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